Mundo Salesiano

Uma visita ao Camboja

O Reitor-mor dos Salesianos, padre Ángel Fernández Artime, esteve no Camboja, na Ásia, uma das presenças mais recentes dos salesianos.

Padre Ángel Fernández Artime, Reitor-mor dos salesianos, chegou no domingo, 28 de fevereiro, a Phnom Penh, Camboja, para a sua primeira visita ao país, acompanhado por seu secretário, padre Horacio López, e pelo padre Václav Klement, conselheiro para a região Ásia Leste-Oceania.

Uma delegação de representantes da Família Salesiana cambojana recebeu-o no aeroporto. Depois, seguindo um costume asiático, o Reitor-mor colocou hastes de incenso no interior de uma estátua de Dom Bosco, no local em que chegaram os primeiros salesianos ao Camboja, no dia 24 de maio de 1991.

À tarde, inaugurou uma exposição sobre os muitos projetos realizados pela Família Salesiana desde o tempo dos campos de refugiados na Tailândia (1988) e do início da “Don Bosco Children Fund”, do Camboja (1991), com que se abriu a celebração do 25° aniversário de presença salesiana no país.

Dom Olivier Schmitthaeusler, bispo do Vicariato Apostólico de Phnom Penh, presidiu a seguir a Santa Missa, e afirmou: “Nestes 25 anos, os salesianos têm trabalhado muito pelas crianças e jovens cambojanos, erguendo não só grandes obras, mas também grandes comunidades, que causaram um forte impacto na sociedades e na Igreja cambojanas”.

Com os jovens
Durante sua visita ao país, que se estendeu até 2 de março, padre Ángel participou de vários encontros importantes com a Família Salesiana, nos quais salientou os principais desafios colocados para a ação dos salesianos no Camboja.

O encontro com os jovens do Movimento Juvenil Salesiano (MJS), em 29 de fevereiro, foi um dos momentos mais significativos da visita do reitor-mor ao Camboja. Para este importante encontro, do qual participaram também os primeiros dois salesianos no país e uma Filha de Maria Auxiliadora, de origem khmer, o centro dos discursos foi a vocação. Padre Ángel Artime recordou aos jovens que a Congregação Salesiana foi iniciada por Dom Bosco com alguns adolescentes e jovens da idade deles.

Ele convidou a todos os jovens (em sua maioria não cristãos e não católicos) a realizarem os sonhos da própria vida e, em nome de Dom Bosco, garantiu-lhes que Deus tem um grande sonho para cada um. Os jovens, depois, fizeram-lhe uma série de perguntas pessoais: como nasceu a sua vocação, a realidade familiar em que cresceu, como enfrenta as dificuldades... e também o que acredita ser o sonho de Dom Bosco sobre ele e a Família Salesiana no Camboja.

Durante a conversa surgiu a necessidade de um testemunho claro de vida da parte dos Salesianos: transmitir alegria, crescer com os jovens, prepará-los para a vida mesmo depois dos estudos e jamais deixar de crer neles.

Concluindo, o X sucessor de Dom Bosco expressou sua convicção de que há necessidade de um maior número de jovens que se tornem os braços, o sorriso e o olhar de Dom Bosco no atual Camboja, jovens que não se preocupem com suas origens humildes ou com a excelência dos estudos, mas apenas com o desejo profundo de realizar a vontade de Deus.

"Deus tem um grande sonho para cada um."

Encontros, desafios e perspectivas
Ainda na manhã de segunda-feira, 29, enquanto os cerca de 1000 jovens vindos de todas as obras salesianas do país participavam de torneios esportivos, os membros da Família Salesiana e os animadores do Movimento Juvenil Salesiano (MJS) reuniram-se com o X sucessor de Dom Bosco para tratar do tema da “cultura vocacional” no Camboja.

O reitor-mor, depois de regozijar-se pela caminhada feita em 25 anos, e partilhar informações e perspectivas sobre a Família Salesiana no mundo, indicou alguns elementos para continuar no crescimento: “Convido-vos a fazer todo o possível para implantar do melhor modo o carisma salesiano neste país! Somos chamados a construir e aperfeiçoar a cultura cambojana, a sociedade e a Igreja através do nosso carisma educativo. O espírito de família, o respeito à mulher, a solidariedade com os pobres e a justiça, deveriam ser as nossas principais convicções”, ressaltou.

Na tarde de 29 de fevereiro e em 1º de março, padre Ángel visitou algumas das obras mantidas pelos salesianos no país, conversando com alunos e educadores. Já na manhã de 2 de março, o Reitor-mor teve a oportunidade de dialogar com todos os 20 salesianos presentes no Camboja: apresentou a realidade global da Congregação Salesiana e se deteve a considerar acerca da visão de futuro de Dom Bosco, nesse país. Entre os principais temas tratados esteve a cultura vocacional; a participação na missão salesiana; a consolidação das comunidades atuais, com particular atenção àquelas na Prefeitura Apostólica de Battambang; e outros temas concernentes à administração e governo das obras.

Para o salesiano irmão Roberto Panetto, um dos pioneiros da missão salesiana no Camboja: “a visita do padre Ángel foi uma verdadeira bênção para a nossa delegação, nossos jovens, todos os membros da Família Salesiana… Foi como um chamado ao vivo para estarmos sempre que possível, entre os jovens e a tê-los sempre presentes em nosso coração. Rezamos para que a presença inspiradora e de alento, do sucessor de Dom Bosco, reforce todos os membros da Família Salesiana em sua cotidiana dedicação ao bem dos jovens do Camboja!”.

Fonte: InfoANS

Bicicletas são doadas para os alunos do “Don Bosco Children Fund”
Joseph Sinnott, aluno de um colégio salesiano nos Estados Unidos, idealizou um projeto para a coleta e conserto de bicicletas em favor de alguns alunos salesianos no Camboja. No fim de 2015, graças a esse projeto, foram distribuídas 39 bicicletas a alunos acompanhados pela organização salesiana cambojana ‘Don Bosco Children Fund’ (DBCF), que ajuda crianças e jovens, entre 6 e 15 anos, que não frequentam a escola.

Graças à iniciativa, foram selecionados alunos de quatro escolas salesianas nas províncias cambojanas de Kep, Kampot e Takeo: voluntários que colaboram com os Salesianos visitaram as escolas para determinar quais crianças mais precisavam dessa oportunidade de locomoção e, por isso, receberam as bicicletas. Muitas crianças, de fato, vivem em zonas distantes da escola e devem percorrer longas distâncias para frequentar um centro educativo.

“Num país em que menos da metade das crianças termina a escola elementar, o DBCF, a partir do seu início, em 1992, tem ajudado mais de 50.000 alunos a completarem a instrução elementar”, explica o padre Mark Hyde, responsável pela Procuradoria Missionária Salesiana de New Rochelle (NY-EUA). “Esta doação é um grande exemplo oferecido por um estudante salesiano dos Estados Unidos. Joseph pôde beneficiar-se da instrução/educação. Desejou restituir o favor recebido ajudando crianças do outro lado do mundo a estudar”, completou o salesiano.

Don Bosco Children Fund
Através dos programas do DBCF, crianças e adolescentes cambojanos recebem não só um suporte para continuar sua formação, mas também todo um pacote de ajudas mensais. Os assistentes sociais se certificam de que os jovens continuem o percurso escolar e progridam nos estudos. Os mais propensos ao estudo são apoiados e encorajados até a universidade.

Atualmente, quase 25% dos cambojanos com mais de 15 anos são analfabetos. Perante isso, os salesianos no Camboja animam 45 pequenas escolas nas vilas rurais, por meio de uma colaboração com o Ministério da Educação; e dirigem também sete centros de formação profissional, oferecendo cursos para as competências profissionais mais pedidas pelo mercado de trabalho no país.

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