São 5 horas da manhã de um dia de verão. Uma adolescente salta da cama, abre a janela de seu quarto e já pode perceber os primeiros raios de sol por entre as montanhas da região onde mora. Mas seu olhar se fixa mesmo no verdadeiro motivo dela abrir a janela. Lá adiante, distante vários quilômetros, mas visível em linha reta desde sua janela, está a igreja matriz de sua paróquia.
Ela desce, se alimenta, vai ao estábulo, alimenta os animais, e, junto com sua irmã mais nova, empreende a caminhada dos vários quilômetros necessários para chegar à igreja e participar da missa matinal.
Agora são 5 horas da manhã de um dia de inverno muito rigoroso. Mesmo assim, a menina salta da cama e realiza a mesma rotina, mas agora a caminhada é mais difícil, pois é feita através da neve que caiu a noite toda.
Ao chegar à igreja, encontra-a fechada. Talvez o pároco tenha imaginado que com o frio intenso, ninguém viria à missa, mas, mesmo assim, abre a igreja e, espantado, percebe a presença das duas meninas, agora com os pés congelados pela neve, por esperar a missa sem desânimo.
Agora são horas difíceis. Uma epidemia de tifo assola toda a região. O pároco vai à casa daquela menina e pede à sua família que a deixe ir morar uns tempos com os tios, para cuidar da família, que se encontra toda acometida pela doença. Os pais concordam e a menina vai, e naturalmente também contrai tifo, que lhe tira todas as forças, tão necessárias ao trabalho no campo. É hora, portanto, de aprender uma nova atividade e ela se dedica então a costurar e ensinar esse ofício à outras meninas da região.
Agora é hora de ir ver o já famoso padre que chega de uma região próxima com seus meninos barulhentos e alegres, e está pregando na praça da cidade. Seu entusiasmo com as palavras do padre é tanto que ela vai se infiltrando entre a multidão e, quando percebe, está diante dele. Seu pároco também está junto dele e apresenta a menina a Dom Bosco, relatando o excelente trabalho que ela faz com a juventude feminina. Dom Bosco logo percebe estar ali alguém capaz de fazer, pelas meninas, o mesmo bem que ele faz pelos meninos.
É hora então de fundar um instituto religioso para cuidar das meninas e, assim, nasce através de Dom Bosco e daquela menina, o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. A menina torna-se Madre-Geral. O nome dela? Maria Domingas Mazzarello, hoje reconhecida pela Igreja como santa.
A hora de comemorar essa santa é 13 de maio, mas é hora agora de aprendermos a verdadeira lição que se encerra na resposta a uma simples pergunta: a todos que perguntavam “Que horas são?”, Madre Mazzarello respondia: “São horas de louvar a Deus”. E isso ela fez todas as horas de sua vida.