“Grande São José, esposo amadíssimo da Mãe do Bem-amado, oh! Quantas vezes tivestes em vossos braços o Amor do Céu e da terra; quantas vezes, abrasado pelos ternos amplexos e os doces ósculos deste divino Menino, sentistes a vossa alma enternecer-se de amor quando o ouvíeis carinhosamente dizer-vos (e com que suavidade, meu Deus!) que éreis o seu grande amigo e o seu querido Pai!” Assim escreveu São Francisco de Sales na oração inicial do seu grande livro, o Tratado do Amor de Deus, que é considerado a “carta magna do humanismo cristão.”
Neste Boletim Salesiano, edição especial dedicada a São José, o leitor encontrará e lerá muitas coisas referentes a este grande santo, padroeiro da Igreja e também padroeiro da Família Salesiana. Segundo Sales, José foi um santo que amou tanto, “que não poderia morrer senão de amor”. E ele continua dizendo que, depois que José cumpriu sua tarefa na terra, que foi a de acompanhar a infância do Homem-Deus, “não lhe restava senão dizer ao Pai Eterno: Ó Pai, concluída é a missão de que me encarregastes”. E depois disse ao Filho: “Ó meu Filho, assim como o Pai Celeste entregou o vosso corpo nas minhas mãos, no dia em que viestes ao mundo, assim hoje, que me separo desta vida, entrego o meu espírito nas vossas mãos”. Foi assim que Francisco de Sales imaginou ter sido a morte deste eminente patriarca, “escolhido para desempenhar a mais terna, a mais afetuosa e nobre missão, que jamais foi nem será desempenhada junto do Filho de Deus, depois da que exerceu sua celeste Esposa, verdadeira Mãe natural deste divino Filho”.
São José é também uma das grandes figuras do Natal. O Reitor-Mor, em seu artigo, nos fala do “sorriso de Deus”, estampado no rosto do Menino Jesus. Padre Ángel diz que neste Natal poderemos sentir este bebê Deus que nos sorri. “E sorri a todos os pobres da terra, a todos aqueles que esperam a salvação, que esperam um mundo mais fraterno, um mundo onde as guerras e a violência sejam ultrapassadas, onde cada homem e cada mulher possa viver na sua dignidade de filhos e filhas de Deus”. Francisco de Sales afirmou num sermão pronunciado em 1613, na véspera do Natal, que somos felizes todas as vezes que visitamos Jesus, como fizeram os pastores em Belém. Certamente eles levaram presentes ao menino recém-nascido. E “com que gosto este divino Menino receberá também nosso presente, e com quanto consolo o receberá a Santíssima Virgem, pois só deseja o nosso bem. O Menino divino nos olhará, sem dúvida, com seus olhinhos doces e graciosos em recompensa pelo nosso presente, e para demonstrar com que prazer Ele o recebe”. Assim como os pastores voltaram contentes, louvando a Deus, pois receberam o consolo ao “visitar este bebê tão amável”. Porém, diz ele, “São José e Nossa Senhora receberam consolos ainda maiores, pois eles atendiam e permaneciam na sua presença para servi-lo da melhor maneira que podiam”.
“Que admirável é São José! Sempre é o mesmo: sempre doce, tranquilo e perseverante em sua submissão ao beneplácito de Deus, ao qual ajusta plenamente sua conduta; porque, como era justo, tinha sua vontade sempre ajustada, unida e conforme a de Deus”, comentou Sales numa conversa com as religiosas da Visitação.
Quem compreende, mesmo que seja somente um pouco, o que é o Natal, só deseja se ajoelhar, adorar e agradecer. Por isso, deixando-nos surpreender pelo sorriso de Deus, desejamos a todos os nossos leitores um Feliz e Santo Natal, repleto de muitas alegrias e bênçãos do Deus que sorri para nós.
Padre Tarcizio Paulo Odelli, SDB
Diretor do Boletim Salesiano Brasil