Opinião

Dom Bosco: homem que soube fazer-se um sinal de Deus aos jovens mais pobres

Fernando Campos Peixoto, SDB

Joãozinho Bosco nasceu em 1815, numa região chamada Piemonte, situada ao Norte da Itália. Órfão de pai desde os 2 anos de idade, foi criado pela sua mãe Margarida, mulher analfabeta, mas muito católica, responsável por transmitir a fé a ele. De família pobre, necessitou trabalhar desde muito cedo para lograr o alimento necessário à sua subsistência.

Na adolescência, entrou para o seminário e, alguns anos mais tarde, após sua ordenação sacerdotal, Dom Bosco foi morar no Convento Eclesial para se formar em Teologia Moral e Pregação. Naquela época, o padre Cafasso solicitou-lhe que visitasse as cadeias de Turim. Foi o primeiro encontro entre Dom Bosco e a condição deplorável de muitos jovens ali detidos, abandonados à própria sorte. Foi diante dessa realidade que Dom Bosco fez sua opção preferencial e definitiva pelos jovens, especialmente os mais pobres.

Sendo Dom Bosco homem de oração e de ação, fundou o Oratório de São Francisco de Sales como prática concreta. Ele percebeu que antes de oferecer qualquer condição para o crescimento espiritual a cada um deles, era preciso oferecer condições básicas, como moradia e alimento. Por esta razão, passou a acolher os jovens em sua casa.

Em sua maior parte, os jovens chegavam sem nenhum tipo de instrução intelectual e ou religiosa. Mas Dom Bosco os acolhia com a ternura de um verdadeiro pai, tornava-se para cada um deles o rosto misericordioso de Deus. Oferecia condições de vida mais saudáveis e dignas, mostrava que os atos passados precisavam deixar de ser praticados por amor a Deus. O próprio Dom Bosco nos assegura isso: “Não tenho outro objetivo [...] que não o de melhorar a sorte desses pobres filhos do povo”.

E para garantir que os jovens continuariam sendo assistidos, contando com o auxílio da graça de Deus e de Nossa Senhora Auxiliadora, fundou a Sociedade de São Francisco de Sales, os Salesianos de Dom Bosco. Religiosos que buscam transformar a vida de muitos jovens, fazendo das casas salesianas espaços que acolhem, paróquias que evangelizam, escolas que formam para a vida e pátios para se encontrarem como amigos e viverem em alegria.

O próprio Papa Francisco nos relembra a singularidade e a beleza da ação do nosso santo: “Dom Bosco não só não quer separar-se do mundo para buscar a santidade, mas deixa-se questionar e escolhe como e em que mundo viver. Escolhendo e acolhendo o mundo das crianças e dos jovens abandonados, sem trabalho nem formação, permitiu-lhes experimentar a paternidade de Deus de forma tangível, oferecendo-lhes instrumentos para narrar as suas vidas e histórias à luz de um amor incondicional”.

Nesse sentido, a exemplo de Dom Bosco, que soube fazer-se um sinal de Deus aos jovens, somos convidados, nesse início de ano, a fazer também a diferença na vida dos que mais precisam. E podemos realizar tais atitudes utilizando todos os meios colocados diante de nós: redes sociais, palavras verbais, ambiente escolar e de trabalho, entre outros, cada um dentro de sua área. Por menor que seja a nossa ação, ela certamente, unida com toda a Igreja e com todos os homens de bem, fará enorme diferença para a propagação do Reino de Deus.

Fernando Campos Peixoto, SDB, é bacharel em Teologia pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) de Campo Grande, MS.

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