São João Bosco
O fundador da Família Salesiana, São João Bosco, tem duas datas comemorativas: 31 de janeiro e 16 de agosto. Ele viveu no século XIX e dedicou toda a sua vida em favor das crianças e dos jovens, especialmente os mais frágeis e desassistidos. Entre outras ações, fundou a Congregação dos Salesianos de Dom Bosco, o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e a Associação dos Salesianos Cooperadores, ramos de uma grande Família Religiosa dedicada à educação e à evangelização das juventudes.
Dom Bosco nasceu em 16 de agosto de 1815, na região italiana do Piemonte. Sua infância pobre foi marcada pela morte do pai, quando ele tinha apenas 2 anos de idade. Sua mãe, Margarida Occhiena, educou João e seus dois irmãos na fé e na caridade.
Aos 9 anos ele teve um sonho profético, no qual Jesus e Maria indicaram o caminho que deveria seguir. João Bosco completou seus estudos e foi ordenado padre em 1841. Sob a orientação de São José Cafasso, entrou em contato com os jovens encarcerados e, desta experiência, elaborou o seu Sistema Preventivo, que visava evitar que esses rapazes chegassem à situação de delinquentes. Iniciou depois os Oratórios, nos quais oferecia formação religiosa, profissional e cultural aos jovens mais pobres.
Dom Bosco fez tudo que podia para acolher os jovens pobres e órfãos e, sabendo que não teria êxito sozinho, trouxe para junto de si muitas outras pessoas dispostas a se dedicarem aos mais carentes, iniciando “um amplo movimento em favor das juventudes” que perdura até a atualidade.
Dom Bosco faleceu aos 72 anos, em 31 de janeiro de 1888. No domingo de Páscoa de 1934 ele foi canonizado pelo Papa Pio XI. Em 1988, nos 100 anos de sua morte, São João Paulo II concedeu a ele o título de Pai e Mestre da Juventude.
Santa Maria Domingas Mazzarello
No dia 13 de maio, é celebrada a memória litúrgica de Santa Maria Domingas Mazzarello, cofundadora do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA).
Maria Domingas Mazzarello nasceu em 9 de maio de 1837, em Mornese (Alessandria). Cresceu em um ambiente familiar caracterizado por uma sólida vida cristã e por um trabalho incansável no campo. Inteligente e dotada por uma rica afetividade, Maria Domingas se abriu à fé, orientada pelos pais e pelo seu diretor espiritual, padre Domingos Pestarino.
Aos 15 anos, inscreveu-se na Associação das Filhas de Maria Imaculada e se abriu para o apostolado em meio às meninas da região. A grave doença do tifo, contraída aos 23 anos, teve nela uma forte ressonância espiritual: se, por um lado, a experiência da fragilidade física tornou mais profundo o seu abandono em Deus, por outro lado a impeliu a se dedicar à educação das meninas da vizinhança, abrindo uma sala de costura, um oratório festivo e um lar para as crianças sem família.
Em 1872, Dom Bosco escolheu-a para dar início ao Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, do qual foi a primeira Madre Geral. Como Superiora, revelou-se hábil formadora e mestra de vida espiritual; tinha o carisma da alegria serena e tranquilizadora, irradiando contentamento e atraindo outras jovens para se dedicarem à educação das meninas e mulheres.
Morreu em Nizza Monferrato, no dia 14 de maio de 1881, aos 44 anos. Foi beatificada no dia 20 de novembro de 1938 e canonizada em 24 de junho de 1951.
São José Cafasso
Em 23 de junho, a Família Salesiana celebra São José Cafasso (1811 - 1860), reitor do Internato Eclesiástico de Chieri, professor e diretor espiritual de São João Bosco.
José Cafasso nasceu em Castelnuovo d'Asti em 1811. Fez seus estudos teológicos no seminário de Chieri e, em 1833, foi ordenado presbítero. Quatro meses depois se estabeleceu no Internato Eclesiástico para aperfeiçoar a sua formação sacerdotal e pastoral. Ali ficou por toda a vida, tornando-se seu reitor. No Internato, Cafasso aprofundou os estudos sobre São Francisco de Sales – e é ele quem coloca depois Dom Bosco em contato com este Santo inspirador.
São José Cafasso contribuiu para formar a espiritualidade de Dom Bosco. Entre os traços típicos de seus ensinamentos está a valorização do dever cotidiano em vista da santidade. Sempre atento às necessidades dos últimos, visitava e apoiava os mais pobres. O seu apostolado consistia também no acompanhamento espiritual dos encarcerados e dos condenados à morte. Depois de uma breve doença, morreu com apenas 49 anos no dia 23 de junho de 1860. Foi canonizado por Pio XII em 1947.
São Calisto Caravario e São Luís Versiglia
Os santos Luís Versiglia e Calisto Caravario são celebrados em 25 de fevereiro, dia de seu martírio.
Luís Versiglia nasceu em Oliva Gessi (Pavía) no dia 5 de junho de 1873; e aos 12 anos foi recebido por Dom Bosco. Ordenado sacerdote em 1895, durante dez anos foi mestre de noviços em Roma. Em 1906 chefiou a primeira expedição salesiana à China, realizando assim uma repetida profecia de Dom Bosco. Tendo fundado em Macau a “casa mãe” salesiana, abriu a missão de Shiu Chow e, no dia 22 de abril de 1920, foi sagrado seu primeiro bispo. Sábio e incansável, deu ao Vicariato uma sólida estrutura com um seminário, casas de formação, várias residências, orfanato e asilo para idosos.
Calisto Caravario nasceu em Cuorgnè (Turim) no dia 18 de junho de 1903. Ordenado sacerdote salesiano, foi ao encontro de Dom Versiglia, como missionário na China.
Dom Versiglia e o padre Caravario estavam em visita pastoral, no distrito de Lin Chow, juntamente com dois professores, duas catequistas e uma aluna, quando, no dia 25 de fevereiro de 1930, num trecho isolado do rio, um grupo armado parou o barco em que viajavam, querendo levar as mulheres. Os salesianos se opuseram com todas as forças, e acabaram sendo mortos. Foram proclamados santos por João Paulo II em 1º de outubro de 2000.
São Luís Guanella
Em 24 de outubro, a Igreja celebra a memória de São Luís Guanella, fundador dos Servos da Caridade e das Filhas de Santa Maria da Providência. A vida de padre Guanella se assemelha em muitos pontos à de Dom Bosco, de quem foi contemporâneo e amigo.
Aos 9 anos, dia de sua primeira comunhão, Luís Guanella também teve um sonho que definiu sua vida: uma Senhora mostrou-lhe tudo o que haveria de fazer em favor dos pobres. Desde o início de seu sacerdócio, revelou os seus interesses pastorais: instrução de crianças e adultos, elevação religiosa, moral e social dos paroquianos, defesa do povo e atenção privilegiada aos mais pobres.
Guanella foi a Turim para unir-se a Dom Bosco em 1875, emitindo a profissão temporária na Congregação Salesiana. Mas o bispo de Como chamou-o de volta à diocese e o padre Guanella retornou com o sonho de fundar uma instituição que recolhesse meninos carentes. O momento propício chegou em novembro de 1881, quando foi para Pianelle Lario como pároco, encontrando algumas jovens entregues à assistência dos necessitados. O grupo de jovens mulheres foi a fonte de uma nova congregação: as Filhas de Santa Maria da Providência. Junto à congregação das Irmãs, o padre Guanella reuniu também um grupo de sacerdotes que chamou de “Servos da Caridade”.
São Leonardo Murialdo
Leonardo Murialdo nasceu em Turim no ano de 1828. Na juventude, atravessou uma profunda crise espiritual que o levou à conversão e à descoberta da vocação sacerdotal. Iniciou em Turim os estudos filosóficos e teológicos e trabalhou no oratório do Anjo da Guarda, dirigido pelo primo, o teólogo Roberto Murialdo. Graças a essa colaboração conheceu as problemáticas da juventude de Turim: meninos de rua, encarcerados, limpadores de chaminés, serventes de bar.
Foi ordenado sacerdote em 1851 e começou a trabalhar em estreito contato também com o padre Cafasso e com Dom Bosco, e deste último aceitou a direção do Oratório São Luís. Fez inúmeras viagens pela Itália, França e Inglaterra para visitar instituições educativas e assistenciais, para aprender, confrontar e melhorar o próprio sistema educativo. Figura entre os promotores das primeiras bibliotecas populares católicas e da União dos Operários Católicos, da qual foi, por longos anos, assistente eclesiástico.
Em 1873, com o apoio de alguns colaboradores, fundou a Congregação de São José (Josefinos de Murialdo). Sua finalidade apostólica é a educação da juventude, especialmente pobre e abandonada. Abriu oratórios, escolas profissionais, casas-família para jovens trabalhadores e colônias agrícolas; aprofundou o seu trabalho nas associações leigas, especialmente no campo da formação profissional dos jovens.
Faleceu em 1900. Paulo VI proclamou-o santo em 3 de maio de 1970. A sua vida, o seu estilo e a sua ação colocam-no ao lado do seu amigo e modelo, São João Bosco.
São Luís Orione
São Luís Orione, celebrado em 16 de maio, é o fundador da Pequena Obra da Divina Providência. Luís Orione nasceu em Pontecurone, Itália, no dia 23 de junho de 1872. Foi aluno no Oratório de Valdocco, onde conheceu Dom Bosco, já ancião. Obteve o privilégio de se confessar com ele e, depois de ter preparado quase três cadernos de pecados, viu-os serem jogados fora pelo santo que, entre outras coisas, lhe disse: "Nós seremos sempre amigos". Em 1895 foi ordenado sacerdote.
Começou a abrir obras por toda a Itália e, em 1903, foi reconhecida, pelo bispo de Tortona, a Congregação religiosa masculina da Pequena Obra da Divina Providência. Em 1915 fundou o ramo feminino: as Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade, ao qual se acrescentarão, em 1927, as Irmãs Sacramentinas e, sucessivamente, as Irmãs Contemplativas de Jesus Crucificado. Mais tarde surgiriam também o Instituto Secular e o Movimento Laical Orionino. Em 1940, padre Orione morreu em uma casa da Pequena Obra em Sanremo. João Paulo II canonizou-o em maio de 2004.
Um detalhe curioso é que Dom Orione visitou o Brasil em quatro ocasiões: 1921, 1922, 1934 e 1937, tendo percorrido várias cidades nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
São Domingos Sávio
São Domingos Sávio foi um jovem aluno do Oratório de Valdocco e o próprio Dom Bosco escreveu a primeira biografia sobre ele. Domingos nasceu em 2 de abril de 1842, no vilarejo chamado Riva di Chieri, na Itália. Seus pais tiveram 10 filhos, sendo Domingos o segundo. Suas atitudes de bondade e a devoção cristã se manifestaram desde a infância. Quando recebeu a primeira comunhão, um dia marcante em sua vida, estabeleceu quatro propósitos: 1. Confessar-me-ei com frequência e farei a comunhão todas as vezes que o confessor me permitir; 2. Quero santificar os dias festivos; 3. Os meus amigos serão Jesus e Maria; 4. Antes morrer do que pecar.
Domingos Sávio se destacou também enquanto esteve no Oratório de Valdocco, onde, entre outras ações, fundou a Companhia da Imaculada Conceição. Quando perguntou a Dom Bosco o que deveria fazer para se tornar santo, este lhe indicou um caminho simples, ao qual Sávio se dedicou com empenho: manter a alegria em tudo o que fazia, empenhar-se nos estudos e na oração e fazer bem aos outros, sempre.
Doente de tuberculose, que na época era uma doença fatal, Domingos Sávio faleceu com apenas 14 anos, em 9 de março de 1857. Foi canonizado em 12 de junho de 1954 pelo Papa Pio XII. Ele é o padroeiro das grávidas, das pessoas que sofrem falsas acusações e dos cantores do coro da igreja.
Santo Artêmides Zatti
O membro da Família Salesiana que mais recentemente teve a sua santidade reconhecida pela Igreja é o Santo Artêmides Zatti, Salesiano Coadjutor que dedicou-se intensamente ao cuidado com os doentes pobres em Viedma, na Argentina.
Artêmides Zatti nasceu em Boretto, província de Reggio Emilia (Itália), no dia 12 de outubro de 1880. Em 1897, a família Zatti, obrigada pela pobreza, emigrou para a Argentina a fim de estabelecer-se em Bahía Blanca. Ali Artêmides começou a frequentar a paróquia dirigida pelos Salesianos e tornou-se colaborador do pároco, padre Carlos Cavalli. Sentiu o desejo de ser salesiano e foi aceito como aspirante já com 20 anos de idade.
A Providência confiou-lhe a tarefa de assistir um jovem sacerdote, doente de tuberculose, que morreu em 1902, e Artêmides também contraiu a doença. No hospital de Viedma, onde ficou internado, conheceu o trabalho realizado pelo padre Evarisio Garrone. Com ele, Artêmides pediu e obteve de Maria Auxiliadora a graça da cura com a promessa de dedicar toda a sua vida ao cuidado dos doentes.
Zatti se curou e manteve a promessa. De início, começou a ocupar-se da farmácia anexa ao hospital. Falecendo o padre Garrone, recebeu a total responsabilidade pelo hospital. Em 1908 emitiu os votos perpétuos. Foi de uma dedicação absoluta aos seus doentes. O povo o procurava e estimava. Para o pessoal qualificado do hospital era não só um ótimo dirigente, mas sobretudo um grande cristão. Conseguiu o diploma de enfermeiro e o utilizou para atender ainda mais aos necessitados: os doentes que não podiam chegar ao hospital ele os visitava em casa, percorrendo, com sua bicicleta, as distâncias necessárias.
Em 1950, tendo caído de uma escada, foi obrigado ao repouso. Depois de alguns meses manifestaram-se os sintomas de um câncer. Faleceu em 15 de março de 1951 e foi canonizado pelo Papa Francisco, em 9 de outubro de 2022.
O curta-metragem “Zatti, nosso irmão” foi realizado pelo Boletim Salesiano da Argentina, em colaboração com as duas inspetorias do país (Norte e Sul), em 2019.