Quando o primeiro grupo de salesianos partiu da Itália para a Patagônia, na Argentina, em 11 novembro de 1875, cada um dos missionários, guiados por João Cagliero, levou consigo um folheto com algumas recomendações de Dom Bosco. Tratava-se de conselhos, sugestões, “lembranças especiais”, escritas a mão e assinadas por Dom Bosco. Dentre as recomendações, Dom Bosco afirmava: “Lembra-te de que Deus quer os nossos esforços pelas crianças pobres e abandonadas”, e fazia um pedido para que os missionários dessem atenção especial aos mais necessitados: “Cuidai de modo especial dos doentes, meninos, velhos e pobres”.
Dom Bosco fez em vida o envio de 153 jovens missionários, entre sacerdotes e irmãos salesianos. Um número muito expressivo, não só em termos absolutos, mas também pelo fato de que representavam 20% dos salesianos daquele tempo. Após a Patagônia, outras regiões da América do Sul foram abraçadas pela presença de missionários salesianos, como: Uruguai, Chile, Equador e Brasil, onde os salesianos chegaram em 1883.
As “Expedições Missionárias” permanecem como tradição, e todos os anos o Reitor-mor repete o gesto de Dom Bosco. Ao longo dos anos, o envio missionário cresceu não apenas em número de pessoas que decidem levar o carisma salesiano para todas as partes do mundo, mas também na extensão para outros ramos da Família Salesiana e para jovens leigos que abraçam essa vocação.
No Brasil, a dimensão missionária permanece como uma das atividades centrais de salesianos e salesianas, especialmente nas missões indígenas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Amazonas. É um trabalho marcado pela centralidade na educação e na promoção dos direitos humanos, em regiões muitas vezes com grande carência de recursos – inclusive de recursos públicos.
Mas a ação missionária no país não se restringe aos indígenas, e perpassa também várias atividades que incentivam a juventude a abraçar a missão junto aos que mais necessitam.