Comunicação

Um grande pátio virtual da esperança

Camila Santos
Em entrevista ao Boletim Salesiano, Gustavo Nery, supervisor de Projetos do Liceu Salesiano do Salvador, fala sobre a produção do curta-metragem Epifania, filmado por ex-alunos do Colégio e um dos vencedores do Festival Global de Cinema Juvenil Dom Bosco.

O curta-metragem Epifania, produzido e filmado por ex-alunos do Liceu Salesiano do Salvador, BA, foi um dos vencedores do Festival Global de Cinema Juvenil Dom Bosco, o Don Bosco Global Youth Film Festival (DBGYFF), na categoria curta ao vivo (live-action de um minuto). O anúncio foi feito em novembro de 2020, num grande evento realizado em Turim, Itália, e transmitido ao vivo para mais de 134 países.

A filmagem brasileira, que concorreu com outras 110 produções selecionadas no mundo, conta com a participação de João Vitor Guedes Brito Costa, Paloma Barcellos Gomes Santos, Stephanie Aimeé Silva Ribeiro e Gabriel Cerqueira, que assina a fotografia e a direção de arte. O filme teve o acompanhamento de Gustavo Nery, que também é educador, ator, professor-diretor de teatro e palhaço. Em entrevista ao Boletim Salesiano, ele conta detalhes sobre a produção vencedora.

Quem teve a ideia de participar do festival?
Sou vice-presidente da União de Ex-Alunos de Dom Bosco do Liceu Salesiano do Salvador e aqui também sou responsável pela Comissão de Jovens Ex-Alunos (JEX). Como conselheiro, entusiasta e artista, ao tomar conhecimento da proposta do Reitor-mor, padre Ángel Fernández Artime, sobre o Festival Global, voltado para a juventude salesiana no mundo, meu coração pegou fogo de alegria! E creio que essa animação contagiou com a mesma intensidade nossa comissão, que abraçou o desafio com muito amor, animação, movimento e expectativa.

Gustavo Nery
Os principais desafios ainda estão relacionados aos limites impostos pela pandemia.

Como foi o desenvolvimento do projeto?
O primeiro passo foi partilhar todas as ideias, a partir do tema proposto. No meio dessa construção, encontramos um texto em uma postagem da Maria Clara Oberlaender (dona da voz no filme) em suas redes sociais, durante a pandemia. Era um texto simples e recheado de ternura, fé e esperança. Exercitamos imaginar, em uma dimensão ficcional, quem poderia dizer esse texto, o que sentiria, onde estaria, quais eram suas motivações. Nessa experimentação conseguimos contemplar três pontos fundamentais para nosso roteiro: “quem”, “onde” e “o quê”. E foi respondendo a estes três itens que fechamos a ideia - uma garota em isolamento social, em seu quarto, se comunica com amigos e, à medida que se enche de esperança, ela consegue ser movida para outra dimensão. Que não é uma dimensão do passado, saudosista, mas sim o lugar que se intenta chegar.  

A primeira cena foi gravada no quarto do João Vitor Guedes, que é um dos atores do vídeo. A segunda cena foi na Praia de Jaguaribe. Escolhemos essa praia pensando no acesso, para que o transporte da poltrona do carro para a areia não fosse muito complicado. Além de ser uma praia que não costuma ter muitos banhistas no meio da semana e pelo visual inspirador, claro!

Qual foi o principal desafio?
Os principais desafios ainda estão relacionados aos limites impostos pela pandemia. Infelizmente, ainda não podemos estar juntos, como gostaríamos. Outra dificuldade foi o tempo: tivemos que desmarcar duas vezes que planejamos ir à praia, por motivo de chuva e nuvens carregadas, que não combinavam com o calor que gostaríamos de imprimir no filme.

Vocês tinham alguma experiência com a produção de filmes?
Eu sempre investi neste estilo de expressão. Mesmo sem formação específica, fui desenvolvendo habilidades a partir da prática. Gabriel Cerqueira, ex-aluno que assina a fotografia e direção de arte, tem uma bonita trajetória como jovem comunicador do Liceu. Ele continuou investindo nesta linguagem e hoje é um videomaker com trabalhos profissionais maravilhosos. E o grupo todo é apaixonado por cinema!

Qual é a principal mensagem que o filme transmite?
Uma mensagem interessante que o filme ilumina é a força da fraternidade encontrada na amizade, que, mesmo à distância, nos impulsiona a atravessar momentos difíceis e pode nos projetar para dias melhores. Partilhar a esperança é semear a fé.

Com informações: Agência Info Salesiana, Tribuna Online da Bahia e Nordeste Hoje.

Festival de Cinema Salesiano

O Festival Global de Cinema Juvenil Dom Bosco (DBGYFF), primeiro festival mundial da Congregação Salesiana, foi promovido pelos Salesianos de Dom Bosco por meio da Fundação Dom Bosco no Mundo. O festival teve como tema a Estreia do Reitor-mor para 2021, “Movidos pela Esperança”, e recebeu produções nas categorias curta-metragens live-action, curtas de animação e vídeos musicais.

O festival recebeu aproximadamente 1.700 produções, de 116 países, que foram analisadas por um júri preliminar formado por mais de 400 entusiastas de cinema, cineastas e experts; e o grande júri, foi composto por 15 especialistas. Além de “Epifania”, outras duas produções brasileiras concorreram na final: “Flying Machine”, de Juliano Rocha, de Gama, DF, vencedor na categoria Melhor da América Cone Sul, e “My name is Nostalgia”, de Ana Graziela Aguiar. Para assistir essas e outras produções do festival, acesse: www.dbgyff.com/pt/.


João Vitor Guedes Brito Costa
“Digo que
, depois que você entra, fica gravado em seu espírito o S de Salesiano e é só ouvir o nome da escola que o coração bate mais forte, dá um frio na barriga e você lembra a responsabilidade que é levar Dom Bosco no coração. Quando chegou o convite para fazer parte do curta, não pensei duas vezes, respondi com SIM e na mesma hora me aprontei para encontrar meus colegas e “arrebentar a boca do balão”. Já atuei antes? Não. Já participei de peças ou filmes? Não. Mas quando o Salesiano te chama, você tem que dizer SIM. Falando agora do processo do curta, foi muito gostoso, atuei com colegas que não conhecia, mas tudo fluiu de forma natural, pois o que é feito com amor e dedicação tende a ter um resultado glorioso, como o nosso” (João Vitor Guedes Brito Costa).


Paloma Barcellos Gomes Santos
“Foi
uma experiência incrível, não só pelo resultado que tivemos. Obviamente que quando a gente faz um trabalho e tem um reconhecimento como esse é gratificante demais. Mas, só de gravar um curta no qual a intenção é passar essa sensação de que a gente vai poder estar com as pessoas que gostamos, depois de um momento que nos privou de absolutamente tudo, foi muito bom. E eu sei também que representei toda uma família: os ex-alunos, os funcionários, a Família Salesiana. Cada um que se tocou com esse vídeo tem alguma ligação com essa família, que é gigante em todo o mundo”.


Stephanie Aimeé Silva Ribeiro
“Sempre
é incrível fazer parte de ações atreladas ao Salesiano, é como voltar para casa, mesmo que por um curto período. O curta para o Festival de Cinema foi ainda mais especial porque retratou algo que estamos vivendo muito intensamente durante a pandemia: a saudade, seja ela dos que se foram, ou dos que estão a poucos quilômetros de distância. É engrandecedor levar o título de primeiro lugar por algo que fizemos com tanta dedicação e empenho. Bom demais estar perto de pessoas que vivem a filosofia de que ‘Uma vez salesiano, sempre salesiano”.

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