Os Salesianos Cooperadores Johélino Magalhães do Nascimento e Marta Maria Galvão de Sousa Magalhães iniciaram sua participação na Igreja nos encontros de casais e tiveram o primeiro contato com a Família Salesiana por meio dos filhos, na catequese que era desenvolvida em uma paróquia salesiana. Atualmente, Johélino é administrador provincial dos Salesianos Cooperadores no Nordeste e, na Região Brasil, ocupa o cargo de administrador da assessoria da Consulta Mundial. Já Marta é coordenadora provincial. Ao Boletim Salesiano, eles falam sobre a vocação leiga na Igreja, o matrimônio, a catequese e, especialmente, sobre o que significa ser Salesiano Cooperador.
Quando vocês conheceram a Família Salesiana?
Marta Maria Galvão de Sousa Magalhães – Nós morávamos em uma região de Aracajú, SE, cuja paróquia central era a Nossa Senhora Auxiliadora, chamada de “Igreja do Salesiano”, porque é uma paróquia anexa ao colégio. Fizemos encontro de casais nessa igreja e, depois, passamos a frequentar a igreja, conhecendo um pouco as pessoas que ali trabalhavam. No início da década de 1990, comecei a levar meus filhos para a catequese e a frequentar a missa das crianças. Nessa época, pedimos aos envolvidos que fosse feito um grupo também para nós, pais, de catequese de adultos. A responsável pela missa com as crianças e pela catequese, na época, era uma Salesiana Cooperadora, a Suzana. Então, da minha parte, foi nesse momento que tive o primeiro contato, me envolvendo com a catequese, com as crianças, com uma missa sempre muito animada, uma igreja em que a gente sempre teve o Evangelho bem dramatizado para a criança, e isso me chamava muito a atenção. O meu despertar foi ver aquela alegria, aquela coisa bonita da missa com crianças e a animação de jovens que acompanhavam essa catequista.
Johélino Magalhães do Nascimento – No meu caso, nessa época eu estava fazendo o mestrado em Campinas, SP, e não vinha sempre para Aracajú. Mas uma vez, acredito que foi em 1995, teve uma excursão para o Recife, PE, para um congresso com o tema “Educar na pós-modernidade” e quem fez esse treinamento foi o padre Nivaldo Pessinatti, SDB. Ele me deu um livro sobre o tema, e eu comecei a estudar. Fui tendo contato com alguns textos salesianos, conhecendo a ação preventiva de Dom Bosco e isso foi me interessando pela história de Dom Bosco e sua proposta, porque os santos geralmente são muito distantes da gente e eu percebi que Dom Bosco tinha uma natureza muito humana. Foi nesse congresso que fui apresentado aos Salesianos Cooperadores pela primeira vez e que fomos convidados a fazer a formação. Mas foi uma formação muito longa, demorou quatro anos: só fomos fazer o compromisso em 16 de agosto de 1999.
Como foram a formação e as atividades como Salesianos Cooperadores?
Marta – Quando o Johélino voltou a Aracaju, começou a frequentar a igreja e a catequese junto comigo. Nós tivemos esse contato mais amiúde com os Salesianos Cooperadores, porque a Suzana nos incluía nas atividades, nas viagens. Até que a gente se decidiu a entrar para o Aspirantado. Mas, devido às ocupações do dia a dia, da família, e a gente também tinha muita ocupação na igreja, pois participávamos da Pastoral Familiar nos encontros de casais e nas coordenações, além da catequese na paróquia, tudo isso tomava muito o nosso tempo e a formação foi longa. Após o compromisso, passamos a integrar o Centro Local dos Salesianos Cooperadores, sempre com esse trabalho paroquial.
Este Ano Vocacional trata das diversas vocações, inclusive leigas. Qual é a importância desse trabalho do catequista? E o que significa a vocação ao matrimônio?
Marta – Nós já temos 42 anos de casados, com um caminho percorrido com os problemas que qualquer outro casal tem. Não é porque estamos na Igreja, porque somos Salesianos Cooperadores, que nós somos o casal mais perfeito do mundo. Mas a nossa espiritualidade, a fé em Deus e no compromisso matrimonial que assumimos lá em 1981, nos fortalecem. Nossa caminhada na Igreja veio de uma forma natural, dentro da nossa vocação matrimonial e de pais. Tivemos uma boa educação religiosa quando crianças, um fundamento religioso, mas, na juventude nós nos afastamos um pouco. Nosso retorno para a Igreja se deu pela vocação matrimonial nossa, no serviço do Encontro de Casais com Cristo, e ao levar os filhos para a catequese. Foi pela família. E nos encantamos pela paróquia salesiana; nossa vocação para Salesiano Cooperador está muito dentro do trabalho paroquial como catequista. Hoje nós damos um apoio ao oratório, também. Já tem dois anos que o oratório está aberto permanentemente, é diário. Nós ajudamos, somos voluntários no oratório diário, onde há reforço escolar, e no oratório festivo, realizado aos sábados, com as crianças da comunidade.
O que traz maior alegria para cada um de vocês em ser Salesiano Cooperador?
Johélino – A espiritualidade salesiana é fantástica, porque ela é baseada sobretudo na alegria. Além de ter como foco o jovem, principalmente aqueles mais necessitados, é portadora dessa virtude que é a alegria, é uma qualidade importante da espiritualidade salesiana. Sobretudo porque, além disso, tem Maria como mãe e mestra. Dom Bosco foi uma pessoa que sempre pensou o seu local de trabalho como uma família, e a gente aqui sempre teve esse espírito de trabalhar em família. Sempre trabalhamos juntos. Fizemos um esforço muito grande para tornar o nosso lar uma casa de acolhimento, um local onde se pudesse viver a verdadeira espiritualidade. E algo importante é que essa vocação de ser Salesiano Cooperador, se a gente observar, ela é um crescente. A ocupação vai tomando você de uma forma que, daqui a pouco, você não cabe fora desse ambiente salesiano.
Marta – Eu sempre fui catequista, desde que me entendo por gente na Igreja. E continuar com esse envolvimento paroquial sendo catequista, mas com a espiritualidade salesiana, foi muito, muito bom para mim! Vivi muitos desafios, e conhecer Dom Bosco dá essa tranquilidade à gente, porque ele passou por muitos desafios também, bem maiores que os nossos, e os superou diariamente. Quando você pensa nas condições em que Mamãe Margarida (a primeira Salesiana Cooperadora) trabalhava, e diariamente ela fazia 700 refeições, percebe que são muito menores as dificuldades que a gente tem. Elas se tornam pequenas. Por isso, minha maior realização é de fazer o que eu faço na Igreja conhecendo e aplicando a espiritualidade salesiana.