A festa da Páscoa deste ano será marcada por um conflito de guerra entre dois países cristãos. Um verdadeiro escândalo! O Papa e muitos líderes mundiais estão empenhados em acabar com este conflito, propondo a paz como a solução de todos os problemas.
No seu artigo, o Reitor-Mor afirma que “pensa que a maior parte de nós concorda que o que está sucedendo naquela terra bendita é terrível, inimaginável, incrível no século XXI, uma loucura total, um verdadeiro genocídio. Pensemos como nos sentiríamos se estivéssemos vivendo isso; suponho que nos enche de tristeza e nos causa arrepios”. Num sermão que pregou em abril de 1620, São Francisco de Sales afirmou que “a verdadeira arma dos cristãos é a paz. Com ela, eles são vitoriosos em todas as batalhas. Mas se faltasse e não houvesse acordo entre o espírito e o intelecto, a memória e a vontade falhariam, e tudo estaria, sem dúvida, perdido, e o homem pereceria”.
O Boletim Salesiano deste mês apresenta uma série de textos e de reflexões sobre a Quaresma e a Páscoa, no intuito de ajudar nossos leitores neste tempo tão rico do calendário litúrgico e da nossa vida cristã. Em seu artigo sobre a “Ressurreição: creio na vida eterna” o falecido Pe. Marcos Sandrini nos recorda dois momentos salesianos ligados a esta que é a maior festa do cristianismo. No primeiro, Dom Bosco instala definitivamente seu Oratório em Valdocco, no ano de 1846. No segundo, Dom Bosco é declarado Santo no dia da Páscoa de 1934.
No meio das atrocidades da guerra, o Boletim Salesiano também nos relata as ações de solidariedade e de esperança que são realizadas pela Família Salesiana da Ucrânia e da Polônia, principalmente dos Salesianos e das Filhas de Maria Auxiliadora. São ações que fazem passar da morte para a vida, verdadeiras páscoas. No mesmo sermão citado acima, São Francisco de Sales apresentou alguns elementos da paz: “O segundo ponto desta paz é tê-la uns com os outros. A falta dela é a fonte de todos os infortúnios, aflições e misérias que vemos neste mundo entre os homens. Pois de onde vem, peço-vos, tanta pobreza que muitos sofrem, senão das miseráveis pretensões que outros têm de aumentar seus bens e ser ricos, seja o que for, à custa do próximo? Alguns têm muito e outros não têm nada. O que arruína a paz se não ações judiciais, ambições, desejos de honras, dignidades, preeminências? Se existisse paz entre os homens, não veríamos tais misérias. De onde vêm tantas guerras senão da falta de paz? ... Nosso Senhor [Jesus Cristo] conhecia muito bem a grande necessidade de paz das pessoas. É por isso que ele pregou sobre nada mais do que sobre aquela paz que vem do amor mútuo, que ele tão fortemente nos recomendou”.
Termino com as palavras do Reitor-Mor: “Peço que os corações cheios de humanidade não se calem. Façamos aquilo que cada um de nós puder, caros amigos. Unamos os nossos esforços às palavras, às mãos que ajudam e à oração. Que o Senhor Ressuscitado nos encha da sua força e da sua paz!”.Feliz Páscoa a todos os nossos leitores!
Padre Tarcizio Paulo Odelli, SDB
Diretor do Boletim Salesiano Brasil
