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“Jesus quer fazer-se nosso modelo, particularmente na educação da juventude”

Agosto é, para a Igreja Católica no Brasil, o Mês das Vocações. Para a Família Salesiana, também é neste mês, no dia 16, que celebramos nosso fundador, Dom Bosco, santo que inspirou muitas e variadas vocações.

Em agosto, Mês das Vocações para a Igreja no Brasil, a Família Salesiana celebra também o nascimento de seu fundador, São João Bosco, ele próprio um incentivador da santidade vivida no cotidiano, na alegria de cumprir os deveres humanos e cristãos e na solidariedade aos que mais precisam, em particular crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade.

Desde o início da Família Salesiana fundada por Dom Bosco, um grande e variado número de pessoas vivenciou exemplarmente a espiritualidade herdada de Dom Bosco. Parte desses exemplos de vida tem a sua santidade reconhecida ou em vias de reconhecimento oficial pela Igreja Católica.

Santos salesianos
No elenco daqueles que viveram profundamente a espiritualidade salesiana e que hoje têm a sua santidade reconhecida oficialmente pela Igreja Católica, estão dez Santos. Além do próprio São João Bosco, fazem parte deste grupo Santa Maria Domingas Mazzarello, cofundadora do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, e São Domingos Sávio, ex-aluno do Oratório de Valdocco sobre quem o próprio Dom Bosco escreveu uma biografia.

São santos da Família Salesiana também São Calisto Caravario e São Luís Versiglia, mártires salesianos na China; São José Cafasso, padre que foi diretor espiritual de Dom Bosco; São Leonardo Murialdo, fundador da Congregação de São José; São Luís Guanella, salesiano, fundador dos Servos da Caridade; São Luís Orione, fundador da Pequena Obra da Divina Providência, e Santo Artêmides Zatti, salesiano coadjutor e enfermeiro que dedicou sua vida a cuidar dos pobres e doentes na região da Patagônia, na Argentina.

No caminho da santidade
Além deles, estão em vias de reconhecimento oficial pela Igreja, de acordo como Dossiê de Postulação Salesiana publicado em dezembro de 2023, outros 163 exemplos de santidade salesiana, sendo 117 Beatos, 20 Veneráveis e 26 Servos de Deus. São homens e mulheres, religiosos ou leigos, que tornaram viva outra das famosas frases de Dom Bosco: “Jesus quer fazer-se nosso modelo, nossa vida, nosso exemplo em tudo, particularmente na educação da juventude”.

Entre esses exemplos de vida, estão alguns brasileiros de nascença ou que escolheram o nosso país para o seu apostolado, como os Servos de Deus padre Rodolfo Lukenbein e Simão Bororo, que deram a vida em defesa dos direitos dos indígenas em Mato Grosso, ou o Venerável padre Rodolfo Komorek, missionário polonês que viveu na radicalidade o serviço aos mais necessitados, sendo conhecido como o “padre santo” nas comunidades salesianas em que esteve, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

No segundo processo, de beatificação, é analisado se ocorreu (ou não) um milagre e se foi pela intercessão deste Venerável.

Outro exemplo de santidade em vias de reconhecimento oficial é o Venerável dom Antônio de Almeida Lustosa, o “bispo da justiça social”, como era conhecido, que se dedicou especialmente à população carente nas dioceses que dirigiu. Completa a lista dos que viveram radicalmente a salesianidade no Brasil o Venerável Atílio Giordani, salesiano cooperador italiano que viveu junto com a família o voluntariado na Missão Salesiana de Mato Grosso.

Em outros países da América Latina também colhemos alguns exemplos da variedade de vocações à santidade suscitadas por Dom Bosco, como os jovens Beatos Zeferino Namuncurá, que queria se tornar padre salesiano para ajudar o seu povo, os Mapuche; e Laura Vicuña, padroeira das vítimas de maus tratos e violência doméstica.

Já a Beata Maria Romero de Menezes tornou-se Filha de Maria Auxiliadora e missionária na Costa Rica para oferecer às meninas carentes e suas famílias condições dignas de vida, saúde e educação. Completa a lista dos exemplos de santidade salesiana oferecidos nesta edição do Boletim Salesiano o Beato padre Luís Variara, missionário que dedicou todos os esforços pelo bem dos doentes de hanseníase na Colômbia.

O processo de reconhecimento da santidade
A causa de canonização, ou de reconhecimento oficial da santidade pela Igreja Católica, é um processo minucioso, com várias fases. A primeira é iniciada pelo bispo do local em que viveu o candidato a esse reconhecimento, com uma investigação preliminar sobre sua vida e virtudes.

A partir disso, o bispo pede ao Vaticano a abertura do processo. Se a Congregação para a Causa dos Santos considerar que “nada obsta” para esse processo, a pessoa recebe o título de Serva de Deus. Tem início então o processo das virtudes ou do martírio. Nesta fase, são reunidos todos os documentos e testemunhos comprobatórios de que o candidato à santidade foi um mártir ou viveu as virtudes em grau heroico, podendo receber o título de Venerável.

No segundo processo, de beatificação, é analisado se ocorreu (ou não) um milagre e se foi pela intercessão deste Venerável. No caso dos mártires não é necessário comprovar o milagre para ser declarado Beato.

Por fim, há o processo para a canonização, quando é feita a análise minuciosa de um milagre que tenha ocorrido após a beatificação. Neste caso, o processo é igual para os mártires. Comprovado o milagre, o candidato é declarado oficialmente como Santo da Igreja.

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