Entre os dias 21 e 27 de julho de 2024, os formandos das fases do pós-noviciado e da teologia da Congregação Salesiana, juntamente com jovens leigos, padres e um irmão coadjutor, todos vinculados à Inspetoria Salesiana do Nordeste do Brasil, estiveram empenhados na execução da Semana Missionária.
A iniciativa partiu dos salesianos atualmente dedicados aos setores da Pastoral Juvenil Salesiana e da dimensão missionária da Inspetoria São Luís Gonzaga. Os lugares escolhidos para acolher tal ação foram as cidades de Juazeiro do Norte, CE, cenário de grandes manifestações de fé em torno do legado patrimonial e espiritual do Servo de Deus Padre Cícero Romão Batista; e Oeiras, cidade conhecida como “Capital da Fé” do Piauí.
Áreas da missão
Na terra do “Padim Ciço”, entre os protagonistas da missão estiveram os salesianos do pós-noviciado, que se dedicam ao estudo da Filosofia. Acompanhados por jovens da Articulação da Juventude Salesiana (AJS), eles levaram a alegria salesiana às diversas comunidades ligadas à presença na Diocese de Crato, com visitas às famílias e encontros com crianças, adolescentes e jovens. A semana intensa foi concluída com um momento celebrativo muito especial na Comunidade do Horto do Padre Cícero, colina marcada pela história e devoção popular.
Já nas terras piauienses, o território específico de ação foi a Área Pastoral de São João Batista, que se estende pelo município de São João da Varjota. Juntamente com os salesianos que atualmente compõem a frente de missão instalada na cidade de Oeiras, sede da primeira comunidade salesiana do Piauí, estiveram os formandos salesianos que atualmente estão na fase dos estudos de Teologia.
Acolhidos pelo típico e intenso calor piauiense (que aumenta mais ainda no período chamado de "B-R-O" — alusão aos meses de setembro a dezembro), foi igualmente calorosa a acolhida dos missionários nas comunidades, na secura dos biomas do agreste e da caatinga. Tal como ilustra o salmo: “A minha alma tem sede de ti, ó meu Deus... Como a terra sedenta e sem água” (cf. Salmo 62, 2), todos puderam partilhar de muitas experiências de fé e, de certa forma, “matar a sede” que muitas vezes aparece na caminhada da vida pessoal e comunitária.
Convite
Assim, a cada dia, o sertão se tornou um convite, seja para os missionários envolvidos, seja para as comunidades residentes (e resistentes!): o convite a ser mais forte! A “ser-tão” forte! Forte como as raízes das plantas, que retêm a água necessária para suportar o tempo do estio. Forte como a caatinga que, “esturricada” pelo sol, parece morrer, mas apenas com o cheiro das primeiras chuvas volta a verdejar...
Ademais, o sertão também faz outro convite a cada cristão: o convite a ser missionário! “Ser-tão” missionário é ser generoso, é não se deixar abalar nem esmorecer pelas intempéries da existência e do tempo... é ser Igreja em saída, como nos convida tantas vezes o Papa Francisco. É perceber a sede do outro e antecipar-se. É amar com obras e colocar-se à altura do que Deus espera. Pois ser cristão e não ser missionário é uma contradição ou, em outras palavras, não ser missionário é não ser plenamente cristão. Que não nos falte a acolhida calorosa do sertão, e que jamais falte a vocação missionária!