Paróquias

Cem anos de presença salesiana em Massaranduba

Com informações: Inspetoria São Pio X
Em 8 de setembro, foram comemorados os 100 anos de presença salesiana na região de Massaranduba, SC. A Paróquia Sagrado Coração de Jesus celebra a data com uma série de eventos e atividades que se estendem até julho de 2022.

A Paróquia Sagrado Coração de Jesus de Massaranduba, SC, comemorou em 8 de setembro os 100 anos da chegada dos Salesianos na região. Para celebrar a data, a comunidade inaugurou, já na manhã de 7 de setembro, um monumento a Dom Bosco. O evento contou com a presença do inspetor salesiano, padre Gilson Marcos da Silva; dos salesianos da Comunidade de Massaranduba; do prefeito Armindo Sessar Tassi; e da secretária de Educação, Cultura, Esportes e Turismo, Diva Spezia Ranghetti, entre outras autoridades. Participaram também os coordenadores das 25 comunidades que formam a Paróquia, os coordenadores de pastorais e movimento paroquiais, e representantes das Irmãs Franciscanas da Santíssima Trindade, dos Salesianos Cooperadores, da Associação de Maria Auxiliadora (ADMA) e da Associação dos Ex-alunos de Dom Bosco.

Na noite de 8 de setembro, dia que marca a chegada dos primeiros Salesianos a Massaranduba, foi celebrada a missa solene de ação de graças pelo centenário, sendo presidida pelo inspetor e concelebrada pelos padres da Comunidade Salesiana: P Antônio Deretti, P. Dácio Elísio Bona, P. Jeferson Junio Moreira, P. Tarcizio Paulo Odelli e P. Vergílio Altini. Participaram representantes das comunidades e dos diversos ramos da Família Salesiana.

Massaranduba situa-se a nordeste de Santa Catarina. Segundo a história, a partir de 1865, aproximadamente, colonos alemães começaram a se estabelecer na região.

No encerramento da missa, os adolescentes e jovens fizeram um painel com fotografias das 25 comunidades que formam a Paróquia de Massaranduba. Após a bênção final, foi feito o envio da imagem de Dom Bosco que, até julho do próximo ano (2022), percorrerá as comunidades. Nesse período, os padres vão abençoar as casas das famílias, que já estão se organizando para fazer novenas, oratórios festivos e outras atividades para marcar o centenário e a pertença à comunidade paroquial.

Foi elaborada também uma logomarca para comemorar o centenário, que destaca o lema “No coração de Jesus e de Dom Bosco” nas três línguas que formam, de modo proeminente, a população do município de Massaranduba: italiano, polonês e alemão.

História  
Massaranduba situa-se a nordeste de Santa Catarina. Segundo a história, a partir de 1865, aproximadamente, colonos alemães começaram a se estabelecer na região. Logo em seguida vieram os italianos e os poloneses, todos nesta mesma década, trazendo uma forte tradição cristã. A Crônica salesiana registra que no dia 8 de setembro de 1921, chegaram a Massaranduba os primeiros salesianos, padre Hugo Simon e padre Estanislau Tycner, para assumir a paróquia que, então, contava com apenas cinco capelas curadas.

Em cem anos, passaram pela região muitos salesianos, como o bem-aventurado Padre Rodolfo Komórek. E da região também já saíram muitos padres, bispos salesianos, irmãs FMA e de outras congregações. Atualmente, a comunidade é enriquecida também com vários grupos que fazem parte da Família Salesiana.

Inauguração da nova Igreja Matriz da Paróquia Sagrado Coração de Jesus de Massaranduba, SC, em 12 de dezembro de 1926.

Acqua buona ou acqua benedetta

Apresentamos a seguir alguns relatos que se referem à passagem do Venerável Padre Rodolfo Komórek na comunidade da Sagrada Família, em Massaranduba, SC. Os imigrantes buscavam o padre para as visitas pastorais sempre de carroça, mas eram raros os que chegavam à Freguesia (de Luiz Alves), pois o padre Rodolfo sempre era alcançado pelo caminho. Vinha andando com o terço na mão, carregando apenas uma sacolinha e algumas folhas que colhia pelo caminho e que lhe serviriam para o chá. Enquanto durava sua estadia na capela, dormia no chão da sacristia, ao lado da cama especialmente construída para ele. Emílio Mosca (1887 – 1970) contava que a cama sempre permanecia intacta durante a visita do “Padre Santo”. Orientava ele para a Rosa de Prá (1897 – 1987) que a comida deveria ser muito simples, “uma vida de mortificações nos levaria a Deus”, completava.

O ritual de visita consistia na chegada do padre ao fim da tarde. Em silêncio, isolava-se na igreja para as Vésperas e Completas. Despertava antes do nascer do sol para a oração das Laudas e para atender as confissões, em que se dedicava a orientar espiritualmente os fiéis um a um, sem cansar-se. Após ter concluído, todos celebravam a missa. À tarde, dedicava-se a visitar os doentes e aqueles que não estavam na igreja, quando também abençoava as casas. Numa das visitas à casa de Batista Melchioretto, chegou no dia da morte de um dos filhos, Constante Melchioretto (1933 – 1934), e, confortando a família, disse-lhes: “Não chorem porque há um anjo no céu que olhará sempre por nós”.

Emílio Mosca e Batista Ronchi (1896 – 1968) testemunharam que, ao acompanhar o padre Rodolfo à comunidade Nossa Senhora da Saúde, ele encontrou uma fonte de água corrente. Ficou impressionado com a beleza da criação. Parou os cavalos, ajoelhou-se no chão diante da rocha que jorrava água fresca e rezou junto de seus companheiros de viagem: “de agora em diante esta água boa está benta, matará a sede e alimentará a alma daquele que busca a misericórdia de Deus”. Deste então, a fonte ficou conhecida como “acqua buona” ou “acqua benedetta”.

Prof. Albio Fabian Malchioretto, filósofo, mestre em Educação, doutorando em Desenvolvimento Regional.

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