Eu não sou poeta não,
Mas, gosto de escrever
Aqui, ali, acolá,
Se o assunto merecer.
Pego a notícia voando,
Aí eu vou transformando
Num cordel que vai nascer.
A Santa Sé declarou
Pela determinação
Do nosso Papa Francisco
Que o padre Cícero Romão
Agora é Servo de Deus...
Abriu-se a porta dos céus
Pra beatificação!
Alegrai-vos! Exultai-vos!
Romeiros do meu sertão!
Exultai, povo de Deus,
Do Brasil, grande nação!
Mais um “Servo” na fileira
Dos que cuja vida inteira,
Semeou paz e união!
O padre Cícero nasceu
No Crato, ali pertinho
Do povoado Juazeiro,
Duas léguas de caminho.
Quando padre ali morou
O povo logo adotou
Com o nome de “Meu Padrinho’.
Juazeiro era uma vila,
Logo passou a cidade,
Romeiros vinham a pé
Viajando em quantidade
Nossa Senhora apontando
Olha lá, tamo chegando,
Sintam-se bem de verdade!
“Padim Ciço” os recebia
Com o coração aberto,
Multidões de toda parte,
De norte a sul e oeste.
Com muito amor e carinho,
Vinham ver o “Meu Padrinho”
Abençoando de perto...
Padre Cícero pregava
O amor e a fé a Maria.
Recomendava rezar
O rosário todo dia.
“Do nascente ao poente
O rosário é um presente
Da Santa Virgem Maria!”
Foi um santo conselheiro,
Como um pai ama os filhos
Aconselhava plantar
Arroz, feijão e milho.
“Quem matou não mate mais,
Quem roubou não roube mais...”
Procurem “andar nos trilhos”.
Costumava toda a tarde,
Da janela da sua casa
Dirigir “santos conselhos”
Pros romeiros que o escutavam,
Quer sentados, quer de pé,
Lá na Rua São José,
No fim com eles rezava.
Aproveito o curto espaço
Deste pequeno cordel
Pra dizer da alegria
Que é de tirar o chapéu,
Em saber que “Meu Padrinho”
Tem este título assim:
‘SERVO DE DEUS”, lá no céu.
Tomara que o Vaticano
Acelere a decisão,
De logo chegar o dia
Da beatificação.
E que o milagre aconteça
E o “Padim Ciço” mereça,
Sua canonização!
Pe. Valdemar Pereira dos Santos, SDB
