Salesianidade

Com Dom Bosco, preparemo-nos para o Jubileu de Esperança!

Como Família Salesiana, somos promotores da esperança e não podemos ficar inertes diante dos contextos juvenis que o Papa aborda no Jubileu de Esperança.
José Cleudo Matos Cardoso

Em 2025, celebraremos o Jubileu de Esperança proclamado pelo Papa Francisco, por meio da bula Spes non confundit (A esperança não engana). Conforme o Pontífice, a esperança deve encher os nossos corações e proporcionar-nos um encontro pessoal com Jesus Cristo, reanimando a nossa fé. Em sua bula, o Papa nos apresenta vários tópicos, dentre eles: a relação entre paciência e esperança, o pôr-se a caminho como sentido da vida, sinais da esperança para os tempos atuais e os apelos em favor da esperança, dentre outros. Tudo isso nos apresentando “Jesus morto e ressuscitado, que é o coração da nossa fé e da nossa esperança”.

Em sintonia com a mensagem do Jubileu Ordinário do ano 2025, podemos perceber que Dom Bosco foi um homem que não só viveu a esperança, mas que a reanimava na vida dos seus jovens pobres. A sua esperança se sustentava no reacender a chama do sentido da vida para os jovens, bem como trabalhar para a salvação de suas almas. Sobre o primeiro ponto, a bula do Jubileu de Esperança constrói um diálogo pertinente. A respeito do segundo ponto, a esperança, como virtude teologal, nos aponta o caminho da vida eterna.

Jubileu da Esperança e juventudes
Em se tratando da esperança como construção do sentido da vida, precisamos ajudar os nossos jovens a construírem seus caminhos, seus sonhos, seus projetos, sendo presença no meio deles. O Papa ressalta que devemos cuidar das gerações jovens! O número 12 da bula trata sobre os sinais de esperança que precisam ser cultivados entre os jovens: “Muitas vezes, infelizmente, veem desmoronar-se os seus sonhos. Não os podemos decepcionar: o futuro funda-se no seu entusiasmo”. Como Família Salesiana, somos promotores da esperança, não podemos ficar inertes diante dos contextos juvenis que o Papa aborda no Jubileu de Esperança: questões existenciais e psicológicas, drogas, falta de qualidade na educação, falta de emprego, transgressões, gestos autodestrutivos.

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“Por toda parte há amarguras que nos fazem sofrer: haveremos de superá-las vitoriosamente ao olhar para Jesus Crucificado”.

Podemos perceber um entrelaçamento entre o pedido do Papa Francisco na bula do Jubileu e a pedagogia de Dom Bosco. Como educador da esperança, ele acolhia e cuidava dos jovens que estavam em situações de vulnerabilidade social e existencial, sendo para eles um acendedor da esperança que já haviam perdido, estando abandonados à própria sorte. Dom Bosco não deixou os sonhos dos seus jovens desmoronarem; pelo contrário, criou condições de fortalecimento e de enfrentamento, juntamente com os seus colaboradores, para que a esperança deles não fosse perdida. Sem esperança, não há sonhos. Sem sonhos, não há vida!

“Movidos pela esperança”
A título de ilustração, quando vemos a esperança como virtude teologal, o Catecismo da Igreja Católica comenta: “A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos o Reino dos céus e a vida eterna como nossa felicidade” (CIC, 1817). Desse modo, a esperança também está ligada ao nosso encontro definitivo com Deus. Dom Bosco, na sua Carta de Roma de 1884, declara: “Perto ou longe, penso sempre em vocês. Um só é o meu desejo: vê-los felizes no tempo e na eternidade”. Ele afirma que a sua esperança é ver todos os seus jovens na eternidade, confirmando o seu trabalho pela salvação das almas da juventude. Assim, ele apontava o céu como meta para os seus jovens.

Consoante a isso, lembremo-nos da Estreia 2021, do nosso cardeal Ángel Fernandez Artime, que trazia como tema: “Movidos pela esperança”. A Estreia, mesmo escrita no contexto da pandemia da Covid-19, trazia questões sobre a esperança numa perspectiva salesiana. Dom Ángel afirmava: “Porque sem esperança a vida não seria vida, não teria sentido em si mesma [...]”. Ainda no texto dessa Estreia, o cardeal nos interpela sobre “o que queremos dizer quando falamos de esperança? De que tipo de esperança se trata?”. E, no decorrer do texto, ele nos mostra que a nossa esperança deve estar fundamentada no Deus de Jesus Cristo. Dom Bosco sempre apontava Jesus como caminho da esperança: “Por toda parte há amarguras que nos fazem sofrer: haveremos de superá-las vitoriosamente ao olhar para Jesus Crucificado”.

Portanto, como Família Salesiana que testemunha a esperança, somos convidados a nos preparar para o Jubileu de 2025 tendo Dom Bosco como pedagogo do esperançar, pois o seu jeito de agir nos fala da esperança como sentido de vida e como meta para o Reino do céu. O Papa Francisco, na sua bula do Jubileu, nos alerta que é preciso haver proximidade com os jovens, que são alegria e esperança da Igreja e do mundo, fortalecendo a sua energia transformadora, sendo o Jubileu “um impulso a favor deles”. Nesse ponto, o Jubileu da Esperança tem muito a falar para as nossas vivências salesianas.

José Cleudo Matos Cardoso é psicólogo e especialista em Salesianidade pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e atua no Colégio Salesiano São Gonçalo de Cuiabá, MT.

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