Dom Bosco Hoje

Lasanha, queijo e rapadura

SC Carlos R. Minozzi / Fotos: Arquivo Boletim Salesiano / Colégio Santa Rosa

Espero que meus irmãos Salesianos de Dom Bosco me perdoem a irreverência, mas, quando pensei em escrever algo que rememorasse a chegada dos salesianos no Brasil, em 14 de julho de 1883, não resisti à tentação de um pequeno trocadilho com o nome da pessoa responsável por essa missão.

Trata-se de Dom Luís Lasagna (pronuncia-se lasanha), que, em 1883, atendendo a um pedido de Dom Bosco para vir em missão ao Brasil, deixou o Uruguai, onde era Inspetor, e veio com um grupo de mais sete salesianos para aportar em Niterói em 14 de julho. Dez anos depois, foi o segundo bispo salesiano da história, sagrado pelo Papa Leão XIII, o mesmo que pediu a Dom Bosco a construção da Igreja do Sacro Cuore, em Roma.

Lasagna foi o responsável pela expansão da presença salesiana em nossas terras, fundando inclusive a Missão Salesiana de Mato Grosso. Faleceu em um acidente de trem perto de Juiz de Fora, MG, em 6 de novembro de 1895.

Essa mesma criatividade deve ser exercida hoje, quando a Igreja nos convida a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo.

Bem, isso explica parte do título, mas e o queijo e a rapadura? Quando o grupo de oito salesianos chegou a Niterói e seguiu para uma chácara, onde hoje fica o Colégio Santa Rosa, não havia ninguém para recepcioná-los e a casa estava fechada. Após experimentarem diversas portas e janelas, encontraram uma que cedeu e puderam entrar, não pela porta, mas pela janela.

Depois de instalados, ao final da tarde, o primeiro jantar dos salesianos foi reforçado por uma sobremesa inusitada, enviada por uma família da região: um queijo e uma rapadura. Isso se tornou então uma tradição na Congregação Salesiana, de tal forma que, ainda hoje, na data de 14 de julho costuma haver queijo e rapadura como sobremesa no jantar das casas salesianas.

Dentre todas essas curiosidades que se celebramos dia 14 de julho, penso que a mais emblemática do carisma salesiano seja a entrada pela janela. Após uma viagem de navio de quatro dias, saídos de Montevidéu, no Uruguai, ao encontrarem a casa de destino fechada, normal seria que os salesianos deixassem o desânimo abatê-los e deprimi-los. Mas não um grupo de salesianos liderados por alguém que havia sido conduzido pelo próprio Dom Bosco ao Oratório de Turim e enviado em missão, que foi Dom Lasagna. A criatividade, uma das características próprias de quem fala a linguagem da juventude, fez com que eles procurassem uma forma de se estabelecer para dali iniciar o vasto movimento de pessoas em favor dos jovens em nossas terras.

Essa mesma criatividade deve ser exercida hoje, quando a Igreja nos convida a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo. Lembremo-nos de que, muitas vezes, criamos dificuldades inexistentes na realidade, que nos impedem de “pular as janelas” e atingir o coração da juventude. Esta que, quando se deixa saborear, mostra-se doce e agradável como queijo com rapadura.

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