O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do CCA Santa Lúcia, do Centro Comunitário Oscar Romero, na cidade de São Paulo, é uma obra salesiana das Filhas de Maria Auxiliadora da Inspetoria Nossa Senhora Aparecida (BAP). O longo dos anos, a obra tem se dedicado à formação cidadã, sempre com ênfase em diferentes aspectos do desenvolvimento de meninos e meninas.
Em 2024, essa proposta englobou um novo projeto. A educadora Vilma Damião assumiu o desafio de promover atividades ligadas ao tema "Preventividade e Direitos Humanos". Como apoio, utilizou o Caderno da Rede Salesiana Brasil sobre o tema, além das bases do Sistema Preventivo – Razão, Religião e Amorevolezza – e vem, ao longo deste ano, desenvolvendo esse importante trabalho.
Datas importantes
Como parte das ações conjuntas no território em que estamos inseridos, datas como 18 de maio – Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes; 12 de junho – Dia Internacional de Combate ao Trabalho Infantil; e 13 de julho – Aniversário da Promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, já integram o trabalho com os atendidos pela obra.
Além disso, o trabalho conduzido por Vilma destacou valores sociais e comunitários essenciais para a vida em sociedade. O conhecimento e a proximidade com o Sistema de Garantia de Direitos e os canais de denúncia foram temas discutidos com as crianças e os adolescentes do CCA Santa Lúcia.
Oficinas
Neste ano de eleições municipais, o SCVF CCA Santa Lúcia organizou duas oficinas com foco na análise de conjuntura e na importância das eleições municipais, abordando também o funcionamento do sistema político brasileiro.
A primeira oficina foi destinada à equipe de trabalho, com o objetivo de fortalecer o conhecimento e capacitar os colaboradores a desenvolverem atividades educativas com as crianças e os adolescentes, o que é fundamental para a formação de cidadãos conscientes e participativos desde cedo. O encontro contou também com a presença de coordenadores de outras obras sociais da região, enriquecendo as discussões e trocas de experiências.
A segunda oficina ocorreu durante o encontro mensal com as famílias, em que se destacou a importância da participação consciente nas eleições. Foram enfatizados o valor do voto e o papel essencial que as famílias desempenham nesse processo. Também se reforçou que, mesmo para quem não se interesse diretamente por política, ela influencia todas as esferas da vida em sociedade. Assim, a participação ativa é crucial, especialmente em um Estado democrático que valoriza a contribuição de todos os cidadãos.
Informação e participação
Ambos os momentos foram conduzidos por Martha Gaudêncio, Agente Jovem de Governo Aberto, formada em Ciências e Humanidades e Políticas Públicas pela Universidade Federal do ABC. Martha apresentou as informações de forma acessível, proporcionando uma compreensão mais profunda sobre a cidade e o contexto político atual. Ela também disponibilizou vários links e recursos para que os participantes possam continuar a aprofundar-se nos temas abordados.
Essas oficinas foram fundamentais para o fortalecimento do engajamento político e cívico, tanto dos profissionais do SCVF CCA Santa Lúcia quanto das famílias atendidas, promovendo uma sociedade mais informada e participativa.
Em muitas obras sociais salesianas, de todo o Brasil, é dado destaque à formação para que crianças e adolescentes conheçam seus direitos e saibam como defendê-los. Um dos exemplos é a participação dos atendidos pelas obras sociais da RSB em manifestações contra o trabalho infantil, como a Caminhada pela Erradicação do Trabalho Infantil em Jaboatão dos Guararapes, PE, em 12 de junho passado, da qual participou ativamente o Centro Educacional Dom Bosco (CEDB). Como afirmou a coordenação do CEDB: “Ao participar desta importante iniciativa, o Centro Educacional reafirma seu compromisso com a proteção e promoção dos direitos de crianças e adolescentes, buscando conscientizar a população sobre a necessidade de erradicar o trabalho infantil, unindo forças de diversas instituições e membros da comunidade para defender um futuro melhor e mais justo para todos os jovens”.
Já o
Centro Juvenil Salesiano São Pedro de Campos dos Goytacazes, RJ, participou em julho último da 2ª edição do Projeto Infância em Ação do município. O projeto é executado pela Tutela Coletiva da Infância do Ministério Público, tendo à frente a promotora Anick Assed. Neste ano foram convidados adolescentes participantes de vários projetos sociais, entre os quais Lara Isaac, Izaque Nicácio e Hudson Nascimento, que representaram o Centro Juvenil Salesiano.
O articulador social da obra salesiana, Renato Gonçalves, explica que o projeto tem o objetivo de provocar os adolescentes a identificarem seus direitos e perceberem como eles se aplicam no território onde vivem, com encontros na sede do Ministério Público e atividades, incluindo um vídeo produzido pelos jovens mostrando o lugar onde vivem e como seus direitos estão (ou não) sendo garantidos, sobretudo com relação a áreas de lazer, acesso à saúde e mobilidade urbana. Cabe destacar ainda a participação de jovens das obras sociais salesianas na 12º Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, realizada entre os dias 2 e 4 de abril, em Brasília, DF. Entre os participantes, estava Luna Mendes Teixeira, representante de Piracicaba, SP, que é estudante do Colégio Dom Bosco da cidade. “O que mais me marcou durante o evento foi a diversidade e a presença de adolescentes de todos os estados brasileiros juntos, em convivência. Nós, adolescentes, em geral não temos representantes, e essa foi uma oportunidade de aumentar a abrangência da nossa voz”, avaliou a estudante salesiana.
Dois adolescentes do Centro Juvenil Salesiano Santa Maria Mazzarello de Linhares, ES, também participaram da Conferência. Os jovens Leyla Assis do Sacramento e Matheus da Silva Pereira, ambos com 15 anos de idade, representaram o Estado do Espírito Santo no evento e puderam participar das discussões e da aprovação de propostas de políticas públicas, visando os direitos de crianças e adolescentes em âmbito nacional, o que foi considerado pela diretoria da obra como “um momento importante de valorização do protagonismo juvenil e da cidadania, dando continuidade ao sonho de Dom Bosco e Madre Mazzarello, de promover e proteger as juventudes”.