Em junho de 1885, os padres Lourenço Giordano e João Bologna chegaram a São Paulo para dar início à obra salesiana na imperial cidade. Logo abriram as portas para o acolhimento de crianças, moços, filhos de imigrantes italianos e de pais escravizados que vinham de fazendas localizadas na periferia da cidade. Todos recebiam instrução catequética aos domingos, quintas-feiras e nos dias santos.
Os alunos participavam de aulas de canto e, logo em 1886, as escolas profissionais iniciaram suas atividades com oficinas de encadernação, sapataria, alfaiataria e carpintaria. O trabalho dos padres logo começou a chamar a atenção das pessoas que passavam e viam os religiosos interagindo com os alunos no pátio do Liceu Salesiano Coração de Jesus.
Interesse de Dom Pedro II e da Princesa Isabel
Oimperador também se interessou pela proposta. Pedro II sempre manifestou muitagenerosidade para com os salesianos e Dom Bosco buscou o seu apoio, pedindo-lheque colocasse a obra sob sua proteção. A relação dos salesianos também eramuito boa com a Princesa Isabel e seu marido, o Conde d’Eu. O casal confiou aosmissionários a condução de fundações de amparo às crianças abandonadas no paísapós a Lei do Ventre Livre (1871).
Em novembro de 1886, Dom Pedro II e Dona Teresa Cristina realizaram uma visita ao Liceu, em São Paulo. Os monarcas visitaram todo o edifício e Dom Pedro solicitou esclarecimentos a respeito dos alunos e do método de ensino ao padre Giordano, que ficou surpreso com o tratamento que recebeu. Um aluno discursou e ofereceu-lhes um livro com uma fotografia dos alunos do Liceu.
Ao sair, Dom Pedro II manifestou sua admiração pela obra de Dom Bosco e ofertou, segundo o Correio Paulistano nº 9071, uma quantia de 200$ (duzentos réis). A verba foi doada pelo imperador para que fosse destinada à reforma de algumas dependências do Liceu Coração de Jesus.