“Spes non confundit” – a esperança não engana (Rm 5, 5). É sob a inspiração do Apóstolo Paulo que o Papa Francisco convoca a celebração, em 2025, do Ano Santo, com o lema “Peregrinos de Esperança”. O Jubileu será iniciado em 24 de dezembro de 2024, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro. Em seguida, serão abertas as Portas Santas nas outras basílicas de Roma: na de São João de Latrão, em 29 de dezembro; na de Santa Maria Maior (Sancta Maria Maggiore), em 1º de janeiro de 2025; e na de São Paulo Fora dos Muros, em 5 de janeiro.
Uma novidade deste ano é que o Papa Francisco também abrirá uma Porta Santa na prisão de Rebibbia, em Roma, no dia 26 de dezembro. Será a primeira vez que, além das basílicas papais romanas, também será aberta uma Porta Santa em uma prisão. Este gesto reflete o desejo do Papa Francisco de “ser sinais palpáveis de esperança para muitos irmãos e irmãs que vivem em condições de dificuldade”, especialmente os que vivem privados de liberdade.
Depois, durante todo o ano de 2025, serão realizadas celebrações e eventos especiais, para incentivar a Igreja, os homens e mulheres de nosso tempo e, especialmente, os jovens, a redescobrirem a esperança e a serem sus portadores.
Por que um “Jubileu Ordinário”?
Todas as informações sobre o Jubileu 2025 estão disponíveis no site oficial do evento. Além das datas, principais eventos e sinais do Jubileu, o site conta a história dos jubileus na Igreja Católica e explica que este é um momento importante para fortalecer a relação com Deus e com a própria Igreja, buscando a peregrinação, a oração e a reconciliação. Ao cumprir os sinais do Jubileu, o fiel obtém a indulgência plenária, ou seja, a remissão de todos os pecados.
Atualmente, os jubileus são celebrados ordinariamente a cada 25 anos. Porém, também é possível a convocação, pelo Sumo Pontífice, de jubileus extraordinários, como foi o Jubileu da Misericórdia, proposto pelo Papa Francisco em 2015.
Como afirma Francisco na Bula de Convocação: “O Ano Santo de 2025 está em continuidade com os anteriores eventos de graça. No último Jubileu ordinário, atravessou-se o limiar dos dois mil anos do nascimento de Jesus Cristo. Em seguida, no dia 13 de março de 2015, proclamei um Jubileu extraordinário com o objetivo de manifestar e permitir encontrar o ‘Rosto da misericórdia’ [...]. Ao mesmo tempo, este Ano Santo orientará o caminho rumo a outra data fundamental para todos os cristãos: de fato, em 2033, celebrar-se-ão os dois mil anos da Redenção, realizada por meio da paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus” [6].
Sinais de esperança
Na Bula de Convocação, o Papa Francisco reforça que “além de beber a esperança na graça de Deus, somos também chamados a descobri-la nos sinais dos tempos, que o Senhor oferece” [7] e afirma que o primeiro sinal de esperança desejado para 2025 é a “paz para o mundo”, com o empenho dos responsáveis pelas Nações para pôr fim aos conflitos e às guerras.
Outro ponto ressaltado por Francisco é que “olhar para o futuro com esperança equivale a ter também uma visão da vida carregada de entusiasmo para transmitir” [9], com uma paternidade responsável e amparada por uma “aliança social em prol da esperança, que seja inclusiva e não ideológica”. O Pontífice destaca ainda a necessidade de sermos portadores de esperança aos que vivem privados da liberdade [10], aos doentes e profissionais da saúde [11] e aos jovens: “Por isso, que o Jubileu seja, na Igreja, ocasião para um impulso a favor deles: com renovada paixão, cuidemos dos adolescentes, dos estudantes, dos namorados, das gerações jovens! Mantenhamo-nos próximo dos jovens, alegria e esperança da Igreja e do mundo!” [12].
A Bula de Convocação cita ainda especificamente os migrantes [13], os idosos [14] e os milhares de milhões de pobres [15]. Neste sentido, o Papa Francisco faz alguns apelos em favor da esperança, lembrando que “os bens da terra se destinam a todos, e não a poucos privilegiados. É preciso que seja generoso quem possui riquezas, reconhecendo o rosto dos irmãos em necessidade” [16].
Ancorados na esperança
“A esperança forma, juntamente com a fé e a caridade, o tríptico das ‘virtudes teologais’, que exprimem a essência da vida cristã (cf. 1 Cor 13, 13; 1 Ts 1, 3). No dinamismo indivisível das três, a esperança é a virtude que imprime, por assim dizer, a orientação, indicando a direção e a finalidade da existência crente” [18], afirma o Pontífice, para em seguida recordar os fundamentos da fé cristã e reforçar a necessidade de cumprir os Sinais do Jubileu como forma de reaproximação com a Igreja de Cristo.
A imagem da âncora, afirma Francisco, “é sugestiva para compreender a estabilidade e a segurança que possuímos no meio das águas agitadas da vida, se nos confiarmos ao Senhor Jesus” [25]. “Portanto, o próximo Jubileu há de ser um Ano Santo caraterizado pela esperança que não conhece ocaso, a esperança em Deus. Que nos ajude também a reencontrar a confiança necessária, tanto na Igreja como na sociedade, no relacionamento interpessoal, nas relações internacionais, na promoção da dignidade de cada pessoa e no respeito pela criação. Que o testemunho crente seja fermento de esperança genuína no mundo, anúncio de novos céus e nova terra (cf. 2 Ped 3, 13), onde habite a justiça e a harmonia entre os povos, visando a realização da promessa do Senhor” [25], conclui o Papa.