Sínodo

O caminho sinodal é uma das prioridades das Filhas de Maria Auxiliadora

Irmã Maria Ausilia De Siena, FMA – Vatican News / Fotos: Instituto Filhas de Maria Auxiliadora

Assumir a sinodalidade missionária como estilo de vida que gera novos modos de participação, animação e governo é uma das três escolhas prioritárias do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (Irmãs Salesianas) traçadas em 2021, durante o último Capítulo Geral. O período foi de avaliação, reflexão e orientação para uma busca comunitária da vontade de Deus para o Instituto.

“A sinodalidade para nós é um elemento carismático pois, como Instituto, somos sinodais desde o nascimento. Entendemos a sinodalidade como um modo de ser e de agir, promovendo a participação de todas na missão educativa comum”, disse ao Vatican News a Madre Chiara Cazzuola, Madre-Geral do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA).

Ela acrescentou que a “sinodalidade” é a expressão da espiritualidade de comunhão que tem o seu fundamento na Trindade e se concretiza na comunhão entre as irmãs e os jovens. A originalidade de Maria Domingas Mazzarello, como madre, educadora e cofundadora, consiste no fato de ter colaborado para criar comunidades sinodais, ou seja, comunidades caracterizadas por trabalhar, rezar, viver e partilhar a vida e a missão “juntas”.

A nossa missão entre os jovens
Madre Cazzuola sublinha: “Somos chamadas a animar e acompanhar, em contínuo discernimento, o crescimento vocacional de cada pessoa que nos é confiada”. Nesse sentido, acrescenta, o objetivo prioritário da missão educativa é guiar a juventude ao encontro com Jesus de Nazaré. Os próprios jovens, portanto, tornam-se protagonistas das propostas educativas. Eles pedem-nos para assumir novos estilos e novas estratégias para uma pastoral mais aberta e sinodal em resposta às suas expectativas.

Ela acrescenta que esse confronto deve ser sustentado pela firme vontade de procurar o que une para que prevaleça sobre aquilo que divide.

“A missão educativa é confiada a toda a comunidade educadora – religiosos, leigos, jovens – e requer a convergência de múltiplas intervenções num projeto global de promoção que, por sua vez, exige a participação de várias vozes e em diferentes níveis de interação: eclesial, social, política. Dando centralidade aos jovens, a comunidade educativa está empenhada em tecer uma rede de solidariedade entre todos aqueles que acreditam e trabalham na missão educativa”, observa Madre Cazzuola.

Por isso, como ela ressalta, os métodos de intervenção pastoral devem ser procurados, testados e verificados no contexto em que se trabalha, para que sejam respostas às verdadeiras questões que emergem. Ser capaz de se coordenar harmoniosamente garante a sinergia de todos os recursos em torno do projeto comum, para além dos diferentes modos e organismos de animação. “A vida cresce e se desenvolve se procurarmos juntos alimentá-la, trabalhando com otimismo e caridade pastoral e reforçando a comunhão com Jesus, verdadeira fonte da nossa comunhão”, conclui a Madre.

Gerir as inevitáveis divergências e conflitos
“A caridade deve ser a força poderosa que estimula, anima, reúne tantas pessoas diferentes e as ajuda a superar os inevitáveis conflitos e pobrezas em todos os níveis. É necessário encontrar tempo e ter a oportunidade de se exprimir, de se escutar com atenção e respeito, mesmo e sobretudo quando o outro pensa de forma diferente”, diz a Madre Yvonne Reungoat, Madre-Geral emérita, que participou como perita e facilitadora da Assembleia Sinodal. Ela acrescenta que esse confronto deve ser sustentado pela firme vontade de procurar o que une para que prevaleça sobre aquilo que divide. “As escolhas e decisões devem sempre amadurecer na reflexão e na oração”.

Ser pessoas de comunhão e reconciliação
Partilhando a sua experiência, a Madre Reungoat sublinha que se chega à convergência e a ser pessoas de comunhão e de reconciliação, apesar da diversidade de pontos de vista, quando se avança no caminho do diálogo, da clareza, da hospitalidade recíproca, na consciência da necessidade de um processo contínuo de conversão do coração e da mente segundo o Evangelho.

“A discordância e o conflito não podem ser negados porque, quando são bem geridos, tornam-se preciosas oportunidades de crescimento para todos: provocam reflexão, aprofundamento, impelem-nos sempre a ir mais longe, a verificar se caminhamos de fato nos sulcos do carisma ou se corremos o risco de ficar fechadas numa rigidez de pensamento e presas nos nossos pontos de vista, embora sempre parciais”, diz a Madre Reungoat.

Para ela, a “boa gestão do desacordo e do conflito pode ajudar-nos a fazer a passagem pascal do ‘eu’ individualista para o ‘nós’ comunitário/eclesial”. E Madre Yvonne conclui: “Nunca devemos esquecer que somos uma comunidade para a missão”.

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