Comunicação

Impulso para preservar e divulgar a história salesiana

Assembleia nacional da ACSSA reforçou a importância de preservar e divulgar a história e a memória salesianas nestes dez anos de caminhada da Associação no Brasil.
Marcos Lima – MOSB

Nos dias 12 a 14 de setembro, foi realizada a Assembleia 2023 da Associação de Cultores da História Salesiana (ACSSA), seção Brasil, no escritório nacional da Rede Salesiana Brasil (RSB) em Brasília, DF. Este ano, o evento teve como tema “Missionariedade e missão salesiana com atitude sinodal”.

Durante a Assembleia, os participantes se dedicaram a explorar a questão da missionariedade, compartilhando boas práticas, como as vivenciadas pela presença das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) na Amazônia, com a Ir. Carmelita de Lima Conceição; a experiência no Museu da Obra Salesiana no Brasil (MOSB), localizado em São Paulo, com Marcos Lima; e a missão Salesiana em Poxoréo, conduzida pelo Pe. Osmar Orotildes Rezende.

Além disso, o evento tratou dos encaminhamentos para o Seminário Continental e o Congresso Mundial da ACSSA, bem como do Seminário ACSSA Brasil 2024, em reflexões coordenadas pela Ir. Maria Imaculada da Silva e pelo Pe. João da Silva Mendonça Filho. Outros temas abordados foram o planejamento para o ano de 2024, avanços no mapeamento do Patrimônio Histórico Salesiano e discussões sobre o processo sinodal. A coordenação da Assembleia ACSSA 2023 foi feita pela Ir. Maria de Lourdes Macedo Becker e pelo Pe. João Mendonça.

Importância da ACSSA para a Família Salesiana
Para o padre João Mendonça, a importância desta assembleia da ACSSA está justamente em refletir sobre a caminhada histórica como carisma salesiano no Brasil. “Quanto mais isso for aprofundado e conhecido, mais nós iremos, como Família Salesiana, dar respostas concretas aos desafios que hoje temos sobretudo com relação às juventudes, aquelas com que nós trabalhamos e, também, as que ainda não conseguimos alcançar”, afirma ele.

Para os próximos anos de trabalho da ACSSA, padre Mendonça ressalta que estão programados dois eventos de grande porte: Em 2025, o Seminário Continental da ACSSA e, em 2027, o Congresso Mundial da Associação. “Serão dois momentos importantes para que possamos produzir material sobre essa história, revisitar o nosso passado, para ali encontrar os elementos que deram origem à missão salesiana na América, e trazer tudo isso para o nosso presente, para os desafios e as questões que hoje surgem na ação evangelizadora. Isso olhando para o futuro, para como é que nós da ACSSA poderemos colaborar para que a missão salesiana continue sempre atual e profética”, completa o padre Mendonça.

Dez anos da ACSSA no Brasil
Segundo a Ir. Maria Imaculada da Silva, é importante destacar os grandes avanços conquistados nos dez anos desde a conformação da ACSSA no Brasil. “A partir do Seminário Continental de 2012, fomos muito interpelados pela necessidade de cuidar mais intensamente do nosso patrimônio histórico e cultural salesiano. Isso nos animou a buscar vias de realização para a Seção ACSSA no Brasil. Contamos muito na época com o apoio da Rede Salesiana Brasil para sistematizar essa proposta. E logo em seguida tivemos também uma adesão muito grande dos inspetores e inspetoras, que nos ajudaram e propuseram nomes para constituirmos essa equipe de trabalho”, relembra a Ir. Imaculada.

“O princípio de tudo é a pesquisa histórica, é para isso que a ACSSA existe. Mas nós fomos percebendo, no decorrer da consolidação da Associação no Brasil, que precisamos fazer um trabalho anterior, que é o cuidado da documentação, do patrimônio em si, para que a gente possa ter fontes fidedignas, realmente seguras. Elaboramos o planejamento estratégico, que nos dá o direcionamento das nossas ações, e todo esse trabalho inicial nos deu condições de dar passos significativos”, completa a religiosa, para afirmar que a ACSSA no Brasil já conta com várias iniciativas no sentido do cuidado com o patrimônio salesiano e tem muitos planos para ampliar esse trabalho.

História

Grande Otelo, ex-aluno salesiano

MOSB – Bruna Dourado

Grande Otelo (18 de outubro de 1915 – 26 de novembro de 1993) foi o primeiro artista negro a ocupar espaço de destaque no cinema e na televisão brasileira no século XX. O que poucos sabem é que ele é ex-aluno salesiano. Estudou no Liceu Coração de Jesus, em São Paulo, até o 3º ano do ginásio (atualmente, isso corresponde ao 8º ano do Ensino Fundamental). Otelo priorizava a educação e acreditava que ela conduziria as pessoas “para frente”. Ajudava também nas missas e foi coroinha.

Grande Otelo nasceu Sebastião Bernardes de Souza. O apelido pelo qual ficou conhecido nacionalmente começou na Companhia Lírica Nacional, onde o jovem tomava aulas de canto. O maestro da época julgava que, quando ele crescesse, poderia cantar a Ópera Otello, de Verdi. Pela sua pequena estatura, inicialmente ele era chamado de “Pequeno Otelo”, mas logo recebeu o apelido de “Grande Otelo”, em reconhecimento a seu grande talento.

O Liceu Coração de Jesus foi a primeira escola de ensino profissional sistemático a funcionar em São Paulo, e as artes sempre estiveram presentes na metodologia de ensino da escola. Havia uma grande variedade de cursos que o Liceu ministrava, incluindo música instrumental, música vocal, desenho, escultura e arte dramática. A construção do teatro (1904-1906) oportunizou o nascimento de expressivos grupos dramáticos e bandas musicais. Os alunos sabiam do valor dos espetáculos, sessões de cinema, concertos e conferências que eram realizados no local.

Em 2011, o teatro foi reformado e recebeu o nome de Teatro Grande Otelo, em homenagem a um dos ex-alunos salesianos mais importantes do Brasil no campo das artes.

Baixe esta matéria em PDF
© 2023 Copyright - Boletim Salesiano Brasil