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Oito séculos do Cântico das Criaturas

Uma das inspirações para a Campanha da Fraternidade 2025 é o Cântico das Criaturas, composto por São Francisco de Assis há 800 anos.
Com informações: CNBB, Ordem dos Frades Menores e Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

A Campanha da Fraternidade 2025, com o tema Fraternidade e Ecologia Integral, tem entre suas inspirações o Cântico das Criaturas composto por São Francisco de Assis. O poema, uma verdadeira celebração à natureza e ao Senhor da Vida, também está na base da Carta Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, que em 2015 cunhou o termo “Ecologia Integral” como uma visão sistêmica da ecologia, que envolve os aspectos humanos, religiosos e da natureza de forma interligada.

No Cântico das Criaturas, Francisco de Assis se refere aos elementos da Criação – o sol, a lua, as estrelas, a água e a própria Terra – como “irmãos” e “irmãs”, ressaltando, assim, tanto a nossa pertença à natureza como o respeito que devemos ter por toda a Obra divina.

Quem foi São Francisco de Assis?
Francisco nasceu entre 1181 e 1182, na cidade de Assis, na Itália. Era filho de um rico e próspero comerciante e, na juventude, usufruiu de todos os prazeres que o poder e o dinheiro podiam comprar. Porém, percebeu que aquele não era o caminho que Deus preparara para ele.

O evento incluiu momentos de oração, canto e reflexão sobre os valores franciscanos e o cuidado com a Criação.

Renunciou à riqueza de sua família e adotou uma vida religiosa de completa pobreza. Iniciou seu caminho como pregador itinerante, levando a mensagem do Evangelho onde seus pés conseguiam alcançar, em uma linguagem simples e poética que era facilmente compreendida por todos. É o fundador da ordem dos Frades Menores, também conhecidos como Franciscanos.

No dia 3 de outubro de 1226, Francisco morreu após mais de ano enfrentando graves problemas de saúde. No dia 16 de julho de 1228, foi canonizado pela Igreja Católica.

Quando foi composto o Cântico das Criaturas?
São Francisco de Assis compôs o Cântico das Criaturas entre 1225 e 1226. Portanto, este ano estamos celebrando oito séculos desde o início dessa composição.

Na primavera de 1225, Francisco de Assis decidiu passar um período de cinquenta dias no Mosteiro de São Damião, onde viviam Clara e as primeiras Irmãs. Ali, compôs a primeira parte de seu cântico de louvor e ação de graças a Deus pela Criação.

De acordo com o site da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, a segunda parte do poema, que exalta o perdão e a paz, foi composta em julho de 1226, para pôr fim a uma desavença entre o bispo e o prefeito de Assis.

As últimas estrofes, que acolhem a morte, foram compostas no início de outubro de 1226, pouco antes de São Francisco de Assis falecer.

Celebração do 8º Centenário
A Ordem do Frades Menores iniciou oficialmente em 11 de janeiro de 2025 as celebrações do 8º Centenário do Cântico das Criaturas com uma missa celebrada no Santuário de São Damião, em Assis, onde São Francisco teria iniciado a composição da obra. O evento incluiu momentos de oração, canto e reflexão sobre os valores franciscanos e o cuidado com a Criação.

Em seguida, a celebração prosseguiu no Santuário do Despojamento, também em Assis, local simbólico onde São Francisco renunciou aos seus bens materiais em prol de uma vida dedicada ao Evangelho.

No Brasil, a Província Franciscana da Imaculada Conceição realizou alguns eventos no final de 2024 e início de 2025, mas a comemoração oficial pelo 8º Centenário do Cântico das Criaturas teve início em 2 de fevereiro, com celebrações, orações e atividades evangelizadoras realizadas pelas Fraternidades.

O Cântico das Criaturas

Leia a íntegra do Cântico das Criaturas

Altíssimo, onipotente, bom Senhor,
Teus são o louvor, a glória, a honra
E toda a benção.
Só a ti, Altíssimo, são devidos;
E homem algum é digno
De te mencionar.

Louvado sejas, meu Senhor,
Com todas as tuas criaturas,
Especialmente o Senhor Irmão Sol,
Que clareia o dia
E com sua luz nos alumia.

E ele é belo e radiante
Com grande esplendor:
De ti, Altíssimo, é a imagem.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Lua e as Estrelas,
Que no céu formaste claras
E preciosas e belas.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Vento,
Pelo ar, ou nublado
Ou sereno, e todo o tempo
Pelo qual às tuas criaturas dás sustento.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Água,
Que é mui útil e humilde
E preciosa e casta.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Fogo
Pelo qual iluminas a noite
E ele é belo e jucundo
E vigoroso e forte.

Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a mãe Terra
Que nos sustenta e governa,
E produz frutos diversos
E coloridas flores e ervas.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelos que perdoam por teu amor,
E suportam enfermidades e tribulações.

Bem-aventurados os que sustentam a paz,
Que por ti, Altíssimo, serão coroados.

Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a Morte corporal,
Da qual homem algum pode escapar.

Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
Conformes à tua santíssima vontade,
Porque a morte segunda não lhes fará mal!

Louvai e bendizei a meu Senhor,
E dai-lhe graças,
E servi-o com grande humildade.

(São Francisco de Assis)

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