Após um primeiro contato com a Equipe Intercongregacional Itinerante na Amazônia, na assembleia da então Inspetoria Laura Vicuña, em novembro de 2018, foi-me concedida a oportunidade de fazer a experiência nos meses de julho e agosto de 2019 e, no ano seguinte, fui enviada para compor a equipe i do núcleo BOLPEBRA (na tríplice fronteira de Bolívia, Perú e Brasil).
Nesta partilha, decidi identificar a relação entre o projeto da Equipe e as escolhas prioritárias dos Atos do Capítulo Geral 24 do Instituto FMA. A versão atual do projeto da Equipe segue três passos interdependentes: 1º A Visão da Panamazônia, escutando seus apelos; 2º A Missão itinerante como resposta aos apelos dessa realidade; 3º O Corpo da Equipe Itinerante, em rede, para realizar a missão. As três escolhas prioritárias do CG24 estão em sintonia com essas opções.
Na escolha sobre a formação, em que “somos convidadas a voltar à aliança de amor e a redescobrir a vocação como experiência de encontro com Deus”, posso dizer que a vivência na Equipe Itinerante tem me ajudado nessa redescoberta da vocação como experiência de encontro com Deus que reavivou a paixão pelo Reino. Um aprendizado que se dá durante as itinerâncias geográficas e interiores na comunidade humana eclesial. Que riqueza poder sentir-me cada vez mais salesiana à medida que me encontro, convivo e trabalho com a diversidade eclesial, cultural e com outros carismas!
Tal experiência me faz entender que, como Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia, já estamos ensaiando a segunda escolha sobre “a sinodalidade missionária como um estilo de vida que promove novas modalidades de participação, animação e governo”. A Equipe Itinerante atualmente é formada por 11 consagradas(os) de nove carismas distintos e 12 leigos(as), distribuídos em três núcleos: em Manaus, em BOLPEBRA e na tríplice fronteira do Rio Negro: Brasil, Colômbia e Venezuela. Vivemos em sinergia a diversidade das vocações e dos carismas.
Na terceira escolha, “escutemos o grito dos jovens, dos povos e da terra, para fazer escolhas evangélicas corajosas, como comunidade educativa em rede, na ótica da ecologia integral”, percebo que nos 25 anos de remadas da Equipe Itinerante pelos países da Panamazônia, fomos gerando e formando redes entre as congregações e instituições que somam e sonham juntas com seus dons, carismas e recursos econômicos para chegar mais longe, nos lugares mais difíceis; para escutar o grito dos jovens, do povo da terra, das mulheres, e com eles encontrar novos caminhos de vida. A força geradora da comunhão nos move a viver juntos e juntas, somando e partilhando o que se tem e o que se é.
Fomos acostumados a um único modelo de evangelização, sem considerar a diversidade dos povos, com suas sabedorias e espiritualidades. Faz-se necessário passar do antigo modelo missionário de distribuição de sacramentos para uma presença fraterna gratuita.
A experiência que o Instituto me permitiu viver com e como Equipe Itinerante me faz concluir que a nossa vocação, de encontro com Deus hoje, só pode acontecer se for na sinodalidade missionária como um estilo de vida que promove novas modalidades de participação e de escuta, com escolhas evangélicas corajosas na ótica da ecologia integral.